Vaticano: Papa critica uso da religião para jogos de «poder» e «guerras ditas de libertação»

«Não são os caminhos do Senhor», frisou hoje Francisco

Cidade do Vaticano, 26 jun 2014 (Ecclesia) – O Papa criticou hoje aqueles que encaram a religião como uma fonte de “poder”, de “revolução” ou simplesmente como um culto de “mandamentos”, afastado da realidade humana.

Segundo o serviço informativo da Santa Sé, durante a homilia da missa que celebrou na Casa de Santa Marta, esta manhã no Vaticano, Francisco sublinhou que a verdadeira fé não vive de “acordos com os poderes políticos ou económicos”.

Muito menos é instrumento de “revolucionários”, veículo de preceitos que subjugam o povo debaixo do seu “peso” ou um modo de vida à parte, “longe das pessoas”.

O povo não seguiu Jesus porque ele “era um fariseu casuístico moralista, um saduceu que fazia negócios políticos com poderosos, um guerreiro zelota que buscava a libertação política do seu povo, ou um monge essénio contemplativo do mosteiro”.

Nenhum desses grupos “chegava às pessoas”, falava ao seu “coração”, lembrou o Papa argentino.

“O povo seguiu Jesus” – acrescentou – porque ele “se aproximava do povo e entendia suas dificuldades, não tinha vergonha de falar com os pecadores. Pelo contrário, sentia prazer em fazê-lo”, suscitava em todos “admiração, a admiração de encontrar algo de bom, de grandioso”.

É por isso é que Cristo é “o Bom Pastor”, porque “falava a língua do seu povo, comunicava, dizia a verdade, as coisas de Deus: jamais as negociava! Dizia-as de tal modo que o povo amava as coisas de Deus. Por isso o povo o seguia”, realçou.

“E eu, quem é que eu gosto de seguir?”, questionou Francisco.

Quem é que as pessoas hoje querem seguir, “os que falam de coisas abstratas ou de casuísticas morais; que se dizem do povo de Deus, mas não têm fé e negociam tudo com os poderes políticos, económicos; os que querem sempre fazer coisas estranhas, destrutivas, guerras ditas de libertação, mas que no final não são os caminhos do Senhor; ou um contemplativo distante?”.

“Que esta pergunta nos leve à oração e nos faça pedir a Deus, ao Pai, que nos faça chegar a Jesus para segui-lo, para nos maravilharmos com aquilo que Jesus nos diz”, concluiu o Papa.

RV/JCP

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