Francisco questiona populismo na Europa
Cidade do Vaticano, 06 dez 2019 (Ecclesia) – O Papa criticou as políticas que separam famílias de migrantes, falando em novos “Herodes”, aludindo ao massacre de crianças relatado pelo Evangelho segundo São Mateus.
“Devo admitir que me chocam algumas narrativas que escuto na Europa. O populismo está a ganhar força. Noutros lugares, existem muros que separam até os filhos dos pais. Faz-nos lembrar Herods”, referiu Francisco, num encontro com jesuítas durante a sua recente viagem à Ásia.
A conversa privada foi divulgada esta semana na mais recente edição da revista ‘La Civiltà Cattolica’, da Companhia de Jesus.
“Se a Igreja é um hospital de Campanha, então este é um dos campos em que existem mais feridos. São estes hospitais que mais precisam de nós”, indica o Papa.
Francisco considera que “o fenómeno dos refugiados sempre existiu”, mas hoje tornou-se mais conhecido “por causa das diferenças sociais, a fome, as tensões políticas e sobretudo a guerra”.
“Por essas razões estão a intensificar-se os movimentos migratórios. E que resposta é que o mundo dá? A política do descarte. Os refugiados são tratados como lixo. O Mediterrâneo foi transformado num cemitério”, sustenta.
Nos encontros que decorreram na Tailândia e no Japão, o Papa falou do acolhimento da sua encíclica ecológica e social, ‘Laudato Si’, e do Acordo de Paris.
“Hoje são os jovens que entendem com o coração que a sobrevivência do planeta é um tema fundamental. Eles entendem bem, com o coração, a Laudato si’. Essa é uma promessa de futuro”, indicou.
Francisco observou que não há “direitos de autor sobre o cuidado da casa comum”, pelo que esta mensagem “pertence a todos”.
OC