Francisco apresenta reflexão sobre valor da fidelidade e da indissolubilidade matrimonial, a poucos dias do fim do Sínodo
Cidade do Vaticano, 21 out 2015 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje no Vaticano para as consequências da perda do valor da “fidelidade” às promessas, sublinhando a importância da indissolubilidade matrimonial, a poucos dias do fim do Sínodo sobre a família.
“Pensemos nos danos que a inflação de promessas por cumprir, em vários campos, produz na civilização da comunicação global, bem como a indulgência pela infidelidade à palavra dada e aos compromissos assumidos”, advertiu, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.
Francisco defendeu a restituição da “honra social” à “fidelidade do amor”, valorizando os “milhões” de homens e mulheres que dão vida ao “fundamento familiar”.
“Não é por acaso que este princípio da fidelidade à promessa do amor e da geração está escrito na criação de Deus como uma bênção perene”, acrescentou.
Neste contexto, o Papa disse que a Igreja vê nesta fidelidade para “toda a vida” uma “bênção” com a qual procura aprender, antes de a “ensinar e disciplinar”, tendo como referência a “misericórdia” divina.
“O amor pela família humana, na boa e na má sorte, é sempre uma questão de honra para a Igreja. Que Deus nos permita estar à altura desta promessa”, assinalou.
Um dia antes da memória litúrgica de São João Paulo II (1920-2005), “o Papa da família”, Francisco pediu que o santo polaco interceda pelo Sínodo que se conclui este domingo, a fim de que a assembleia “renove em toda a Igreja o sentido do valor inegável do matrimónio indissolúvel e da família saudável, baseada no amor recíproco do homem e da mulher e na graça divina”.
O Papa pediu orações pelos participantes no Sínodo, para que Deus “abençoe o seu trabalho, desenvolvido com fidelidade criativo”.
De improviso, Francisco elogiou os tempos em que bastava um “aperto de mão” para garantir a “fidelidade” às promessas e afirmou que, nas famílias, essa promessa inclui o cuidado com os filhos e com os pais idosos.
Na parte final da audiência, o Papa saudou os peregrinos lusófonos, em particular uma delegação da Comunidade Hebraica de São Paulo, acompanhada pelo cardeal Odilo Scherer.
“Esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. Obrigado”, concluiu.
OC