Vaticano: Papa convida a viver com expectativa pelo «encontro definitivo com Deus»

Francisco fala na importância de apontar à «vida eterna» como referência para o presente

Cidade do Vaticano, 08 nov 2020 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que os católicos devem viver com expectativa pelo “encontro definitivo com Deus”, mantendo essa perspetiva como referência para o presente.

“Ser sábio e prudente é não esperar o último momento para corresponder à graça de Deus, mas fazer isso ativamente imediatamente. Se queremos estar prontos para o último encontro com o Senhor, devemos desde agora cooperar com Ele e realizar boas ações inspiradas no seu amor”, referiu, desde a janela do apartamento pontifício, antes da oração dominical do ângelus.

Perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco sublinhou que as celebrações deste domingo convidam a “prolongar a reflexão sobre a vida eterna, iniciada por ocasião da Festa de Todos os Santos e da comemoração dos fiéis defuntos”.

Segundo o Papa, muitos deixam de parte a noção de um “encontro definitivo com Deus, perdendo assim o sentido da expectativa e tornando o presente absoluto”.

“Essa atitude exclui qualquer perspetiva do além: faz-se tudo como se nunca tivéssemos de partir para a outra vida. E então preocupamo-nos apenas em possuir, em emergir, em estabelecer-se”, alertou.

Francisco afirmou que uma vida guiada pela busca dos próprios interesses se torna “estéril” e fechada à transcendência: “Devemos viver o hoje, mas o hoje que vai rumo ao amanhã, para esse encontro. O hoje carregado de esperança”.

“Invoquemos a intercessão de Maria Santíssima, para que nos ajude a viver, como ela, uma fé laboriosa: ela é a lâmpada luminosa com a qual podemos atravessar a noite além da morte e chegar à grande festa da vida”, declarou.

Após a oração, o Papa evocou a beatificação, este sábado, em Barcelona, do jovem espanhol Joan Roig Diggle (1917-1936), morto aos 19 anos de idade, durante a guerra civil espanhola, no século XX.

Francisco deixou votos de que o exemplo deste católico desperte nas novas gerações o “desejo de viver em plenitude a vocação cristã”, pedindo um aplauso dos presentes para “este beato jovem, tão corajoso”.

A Igreja Católica já reconheceu como mártires cerca de dois mil bispos, padres, religiosos, leigos e leigas espanhóis, mortos entre 1936 e 1939.

OC

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Agência ECCLESIA

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