Vaticano: Papa convida a refletir sobre ato de recordar, na Missa de sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos

Francisco presidiu a celebração, na Basílica de São Pedro, lembrando exemplo de Jesus, que é próximo, compassivo e misericordioso

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 04 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a uma Missa de sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos no último ano, convidando à reflexão sobre o ato de recordar.

“Como estão as pessoas no nosso coração? Como é que recordamos aqueles que passam por nós nas vicissitudes da vida? Julgo? Divido? Ou acolho?”, questionou Francisco, na homilia da celebração.

“Os homens de hoje e também os homens de todos os tempos podem esperar a salvação”, garantiu o Papa, salientando que “a memória do Senhor guarda toda a história”.

“A memória é custódia. Ele é o seu juiz compassivo e misericordioso. O Senhor está próximo de nós como juiz; é próximo, compassivo e misericordioso. São estas as três atitudes do Senhor. Estou próximo das pessoas? Tenho um coração compassivo? Sou misericordioso?”, perguntou.

Com esta fé, o Papa convidou a rezar pelos mais de 120 cardeais e bispos falecidos nos últimos doze meses.

“Hoje, a nossa recordação torna-se sufrágio por estes nossos irmãos. Eleitos membros do povo de Deus, foram batizados na morte de Cristo, para ressuscitar com Ele. Foram pastores e modelos do rebanho do Senhor: que agora se sentem à sua mesa, depois de terem partido na terra o Pão da vida. Amaram a Igreja, cada um à sua maneira, mas todos amaram”, indicou.

Foto: Vatican Media

A homilia partiu de uma passagem do Evangelho de São Lucas, que narra a cena do malfeitor, crucificado ao lado de Jesus Cristo, que pede que se recorde dele quando entrar no seu Reino.

“Recordar significa levar de volta ao coração. Aquele homem crucificado ao lado de Jesus transformaa  sua dor extrema numa oração: ‘Leva-me no teu coração, Jesus’. E não pede com voz angustiada de um derrotado, mas com um tom de esperança”, assinala.

Segundo o Papa, esta atitude é aquela desejada pelo “delinquente que morre como um discípulo de última hora: encontrar um coração acolhedor”.

“Trespassado pela dor, o coração de Cristo abre-se para salvar o mundo – um coração aberto, não fechado -: acolhe, moribundo, a voz dos moribundos. Jesus morre connosco, porque morre por nós. Morre connosco, porque morre por nós”, enfatiza.

O Papa Francisco convidou ainda a pensar na forma como cada um encontra Jesus.

“Como me deixo encontrar por Jesus? Eu deixo-me encontrar ou fecho-me no meu egoísmo, na minha dor, na minha autossuficiência? Sinto-me pecador ao deixar-me encontrar pelo Senhor, ou sinto-me justo e digo: “Tu não me serves. Vai em frente?”, questionou, acrescentando que Jesus lembra-se dos que foram crucificados ao seu lado.

LJ

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Agência ECCLESIA

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