Homilia sublinha importância de anunciar ternura de Deus na celebração do Natal
Cidade do Vaticano, 06 dez 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje no Vaticano que a Igreja tem de procurar “entender as ovelhas perdidas” e que ninguém dispensa a “ternura” de Deus pelas suas falhas.
“Nós devemos entender as ovelhas perdidas. Também nós temos sempre algo, pequeno ou nem tanto, de ovelhas perdidas”, realçou, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
A intervenção evocou a figura de Judas, o discípulo que entregou Jesus às autoridades para o seu julgamento e execução, como a “mais perfeita ovelha perdida” apresentada pelo Evangelho
“E Judas era bispo, era um dos primeiros bispos, eh? A ovelha perdida. Pobre! Pobre este irmão Judas como lhe chamava o padre Mazzolati [Primo Mazzolari, 1890-1959], naquele sermão tão bonito: ‘Irmão Judas, o que se passa no teu coração?’”, acrescentou o pontífice argentino.
Francisco recordou que, quando se encontra com Judas, Jesus não o insulta, mas chama-o “amigo”.
“Quem não conhece as carícias do Senhor não conhece a doutrina cristã! Quem não se deixa acariciar pelo Senhor está perdido”, observou.
A homilia sublinhou que, na Bíblia, é referido que Judas se enforcou, “arrependido”.
“Mas essa palavra [arrependido], o quê significa? Que até ao final, o amor de Deus trabalha naquela alma, até ao momento do desespero. E esta é a atitude do Bom Pastor com a ovelha perdida”, explicou Francisco.
O Papa falou ainda da proximidade do Natal, em que Deus se manifesta como “um juiz que cuida, um juiz cheio de ternura”.
“Que o Senhor nos conceda esta graça, de esperar o Natal com as nossas feridas, com os nossos pecados, sinceramente reconhecidos, para esperar o poder desse Deus que vem consolar-nos”, concluiu.
OC