Vaticano: Papa condena massacre em aldeia nigeriana

Ataque atingiu deslocados internos acolhidos por missão católica

Foto: Aministia Internacional – Nigéria

Cidade do Vaticano, 15 jun 2025 (Ecclesia) – O Papa condenou hoje o “massacre” provocado por homens armados, na noite de 13 para 14 de junho, que deixou cerca de 200 mortes na aldeia nigeriana de Yelewata, centro-leste do país africano.

“Aconteceu um terrível massacre, em que cerca de duzentas pessoas foram mortas com extrema crueldade, a maioria das quais deslocados internos, acolhidos pela missão católica local”, disse Leão XIV, antes da recitação do ângelus, na Praça de São Pedro.

“Rezo para que a segurança, a justiça e a paz prevaleçam na Nigéria, país amado e tão atingido por várias formas de violência, e rezo de modo especial pelas comunidades cristãs e rurais do estado de Benu, que têm sido incessantemente vítimas da violência”, acrescentou o pontífice, que falava diante da Basílica de São Pedro, após a Missa do Jubileu do Desporto.

A Aministia Internacional denunciou o ataque de Yelewata, considerando que o mesmo “demonstra que as medidas de segurança que o Governo afirma estar a implementar no estado [de Benue] não estão a funcionar”.

Após passar em papamóvel, entre a multidão, Leão XIV tomou a palavra para recordar os “muitos conflitos armados” que estão a atingir vários países.

“Continuemos a rezar pela paz no Médio Oriente, na Ucrânia e em todo o mundo”, pediu aos presentes.

A intervenção evocou a crise no Myanmar, onde “apesar do cessar-fogo, os combates continuam, causando danos também às infraestruturas civis”.

“Convido todas as partes a empreenderem o caminho do diálogo inclusivo, o único que pode conduzir a uma solução pacífica e estável”, apelou.

O Papa dirigiu-se à população do Sudão, “devastada pela violência há mais de dois anos”.

“Chegou-me a triste notícia da morte do reverendo Luc Jumu, pároco de El Fasher, vítima de um bombardeamento. Ao assegurar as minhas orações por ele e por todas as vítimas, renovo o apelo aos combatentes para que cessem as hostilidades, protejam os civis e iniciem um diálogo pela paz”, disse.

Exorto a comunidade internacional a intensificar os esforços para fornecer, pelo menos, a assistência essencial à população duramente atingida pela grave crise humanitária.”

Foto: Vatican Media

O Papa recordou que esta tarde, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, vai ser proclamado Beato Floribèr Buanachuy, jovem mártir congolês, assassinado em 2007.

“Foi morto aos 26 anos porque, como cristão, se opunha à injustiça e defendia os pequenos e os pobres. Que o seu testemunho dê coragem e esperança aos jovens da República Democrática do Congo e de toda a África”, afirmou Leão XIV.

A intervenção deixou uma saudação aos participantes no Jubileu do Desporto.

“Exorto-vos a viver a atividade desportiva, mesmo a nível competitivo, sempre com espírito de gratuidade, com espírito de jogo no sentido nobre do termo, porque no jogo e na diversão saudável o ser humano assemelha-se ao seu criador”, referiu o pontífice.

Leão XVI quis sublinhar que o desporto “é um caminho para construir a paz, porque é uma escola de respeito e lealdade que faz crescer a cultura do encontro e da fraternidade”.

“Irmãs e irmãos, encorajo-vos a praticar este estilo de forma consciente, opondo-vos a todas as formas de violência e opressão. O mundo de hoje precisa muito disso”, sustentou.

OC

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