Tema esteve em destaque durante primeiras sessões de trabalho do novo Conselho de Cardeais
Cidade do Vaticano, 02 out 2013 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano revelou hoje que os primeiros encontros do Papa com o novo Conselho de Cardeais estiveram centrados na estruturação do Sínodo dos Bispos, uma assembleia consultiva internacional, e na ação da Igreja junto das famílias.
“O Santo Padre disse que temas de relevo como a pastoral familiar e matrimonial vão estar na ordem do dia da atividade da Igreja nos próximos tempos”, referiu o padre Federico Lombardi, numa conferência de imprensa em que deu conta do andamento dos trabalhos da primeira reunião entre Francisco e o grupo de oito cardeais dos cinco continentes.
Segundo o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, a sessão da tarde desta terça-feira esteve centrada no Sínodo dos Bispos e contou com a presença do novo secretário desta instituição, o arcebispo Lorenzo Baldisseri.
“É um tema prioritário, tanto por causa da participação do episcopado através do Sínodo na vida da Igreja, como pela urgência de determinar qual será o tema do próximo Sínodo e iniciar a sua preparação”, explicou o padre Lombardi, sem adiantar se o encontro de bispos terá um caráter “ordinário ou extraordinário”.
O Papa já fez referência a uma tema de “caráter antropológico” que desejaria ver tratado neste Sínodo, a “família à la luz do Evangelho”, mas ainda não foi precisado.
Na entrevista que deu às revistas jesuítas, publicada a 19 de setembro, Francisco disse ter aprendido com a sua experiência de governo nos jesuítas e como arcebispo de Buenos Aires e manifestou a vontade de fazer “consultas reais, não formais”.
“Os Consistórios e os Sínodos são, por exemplo, lugares importantes para tornar verdadeira e ativa esta consulta. É necessário torná-los, no entanto, menos rígidos na forma”, defendeu.
O porta-voz do Vaticano informou que os trabalhos do Conselho de Cardeais criado pelo Papa para o aconselharem no “governo da Igreja universal” e estudar um “projeto” de reforma da Cúria Romana começaram com uma reflexão sobre a Igreja, a partir do Concílio Vaticano II (1962-1965), abordando temas como “comunhão e colegialidade, o papel dos leigos, uma Igreja dos pobres”.
As reuniões começaram no apartamento papal, mas prosseguem agora na Casa de Santa Marta, onde todos residem, entre as 09-12h00 e as 16h00-19h00.
O Papa não participou na sessão desta manhã, por causa da audiência geral na Praça de São Pedro, mas voltará aos encontros hoje à tarde.
O Vaticano revela que cada um dos participantes apresentou uma síntese das sugestões que recebeu e que hoje foram abordadas questões como a reforma da Cúria Romana, o papel da Secretaria de Estado e a relação dos organismos centrais de governo da Santa Sé entre si e com o Papa.
“É um trabalho a longo prazo, não se devem esperar conclusões em breve”, disse o padre Lombardi.
Os oito cardeais do conselho consultivo vão acompanhar o Papa na sua visita à cidade italiana de Assis, esta sexta-feira.
OC