Francisco apelou à humildade e ao testemunho da fé
Cidade do Vaticano, 01 out 2013 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje a uma missa na capela da Casa de Santa Marta, com a participação dos oito membros do novo Conselho de Cardeais, com quem se reúne pela primeira vez até quinta-feira.
“Hoje, aqui, no Vaticano, começa a reunião dos cardeais consultores, que estão a concelebrar a missa: peçamos ao Senhor que o nosso trabalho de hoje nos faça mais humildes, mais mansos, mais pacientes, mais confiantes em Deus”, disse Francisco, na homilia da celebração.
Segundo o Papa, estas reuniões devem ter como pano de fundo o desejo de que “a Igreja possa dar um belo testemunho às pessoas, para que vendo o Povo de Deus, vendo a Igreja, sintam a vontade de vir até ela”.
“A Igreja não cresce por proselitismo, cresce por atração, pelo testemunho”, sublinhou, para pedir um “testemunho da caridade, da caridade humilde, sem prepotência”.
Francisco aludiu à celebração da festa litúrgica de Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), religiosa e Doutora da Igreja.
“A Igreja, na sua sabedoria, proclamou esta santa, humilde, pequena, confiante em Deus, mansa: proclamou-a padroeira das Missões”, declarou.
Segundo o Papa, é preciso aprender o espírito da “caridade que tudo sofre, tudo perdoa, não se vangloria, que é humilde”.
O Vaticano publicou esta segunda-feira o decreto com o qual Francisco institui oficialmente um “Conselho de Cardeais” para ajudarem o Papa no “governo da Igreja universal” e para estudar um “projeto” de reforma da Cúria Romana.
O atual Papa tinha anunciado a constituição de um grupo de oito cardeais, com os mesmos objetivos, a 13 de abril.
O documento assinado por Francisco precisa que a criação deste conselho é responde às “sugestões” deixadas pelos cardeais que participaram nas Congregações Gerais antes da eleição do sucessor de Bento XVI, em março.
O grupo, coordenado por Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, e presidente da Cáritas Internacional, inclui Giuseppe Bertello, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago do Chile, e Oswald Gracias, arcebispo de Bombaím, na Índia.
Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Freising (Alemanha), Laurent Monsengwo Pasinya, arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston, nos EUA, e George Pell arcebispo de Sydney, na Austrália, completam o elenco do conselho que tem como secretário D. Marcello Semeraro, bispo da diocese italiana de Albano.
O porta-voz do Vaticano adiantou que os cardeais já estiveram em contacto e recolheram um conjunto “muito amplo” de propostas e observações, num total de 80 documentos.
O padre Federico Lombardi disse aos jornalistas que o conselho consultivo pediu sugestões a conferências episcopais, religiosos e outras pessoas, para além dos responsáveis da própria Cúria Romana.
De acordo com o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, não serão publicados documentos de trabalho nem está previsto qualquer comunicado final, após esta primeira reunião.
OC