Vaticano: Papa assume preocupação com «grave crise política» em Moçambique

Discurso aos membros do corpo diplomático evocou conflitos e tragédias naturais que atingem países africanos

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 09 jan 2025 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje, no Vaticano, para a “grave crise” que se vive em Moçambique, num encontro com embaixadores dos cinco continentes.

“Penso nos vários conflitos que persistem no continente africano, particularmente no Sudão, Sahel, Corno de África e em Moçambique, onde está em curso uma grave crise política”, referiu o discurso dirigido aos membros do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane chegou esta manhã a Maputo, depois de dois meses e meio a liderar a contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de outubro, em Moçambique.

Confrontos entre a polícia os manifestantes provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo, citadas pela Lusa.

No tradicional encontro para os cumprimentos de Ano Novo, no Palácio Apostólico do Vaticano, a reflexão do Papa evocou ainda “as regiões orientais da República Democrática do Congo, nas quais a população é afetada por graves carências sanitárias e humanitárias, agravadas por vezes pelo flagelo do terrorismo, provocando a perda de vidas e o deslocar-se de milhões de pessoas”.

“A isto juntam-se os efeitos devastadores de inundações e secas, que agravam as condições já de si precárias em várias partes de África”, acrescentou o discurso, cuja leitura foi confiada por Francisco a um colaborador da Secretaria de Estado do Vaticano, devido a uma constipação.

O Papa quis também recordar a destruição provocada pelos ciclones que atingiram Madagáscar na primavera de 2024 e, pouco antes do Natal, o Departamento francês de Mayotte e Moçambique.

“Não podemos continuar indiferentes a tudo isto! Não temos esse direito! Pelo contrário, temos o dever de envidar o máximo esforço para cuidar da nossa casa comum e daqueles que a habitam e habitarão”, sustentou.

OC

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