Leão XIV descarta cenários catastrofistas sobre situação financeira da Santa Sé
Cidade do Vaticano, 18 set 2025 (Ecclesia) – O Papa assumiu a intenção de prosseguir a reforma da Cúria Romana, seguindo o processo iniciado por Francisco, com maior colaboração entre os vários organismos.
“Um dos aspetos específicos em que espero começar a trabalhar num futuro muito próximo é continuar a quebrar ou transformar a forma isolada como cada dicastério trabalha”, disse em entrevista ao ‘Crux’, portal de informação religiosa dos EUA, publicada hoje no livro biográfico ‘Leão XIV: cidadão do mundo, missionário do século XXI’.
A conversa aborda a constituição ‘Praedicate Evangelium’, publicada a 19 de março de 2022, que promoveu a reforma dos serviços centrais de governo da Igreja Católica.
Segundo Leão XIV, este documento “apresentou uma compreensão renovada da Santa Sé, da Cúria Romana, como estando ao serviço tanto do ministério do Papa como dos bispos locais”.
“A falta de diálogo, de instrumentos de comunicação entre os diferentes dicastérios tem sido, por vezes, uma grande limitação e um prejuízo para o governo da Igreja”, aponta.
O Papa diz que vai procurar soluções para que essa partilha “aconteça mais facilmente”.
Questionador sobre a “crise” financeira do Vaticano, Leão XIV admite a necessidade de estudar soluções, para salários e pensões, mas diz que os organismos de gestão “estão a funcionar muito bem”.
“Houve uma grave crise durante a pandemia, porque uma das fontes de receita mais importantes para o Vaticano provém dos Museus Vaticanos. Nos últimos anos, graças a Deus, as pessoas voltaram a viajar”, recorda.
Não acho que a crise tenha acabado, temos de continuar a trabalhar nisso, mas não me tira o sono, e é importante que comuniquemos uma mensagem diferente.”
O Papa aponta a necessidade de trabalho conjunto, dentro da Santa Sé, e de evitar “más decisões” na gestão do património, como aconteceu “em Londres, na Sloane Avenue”.
“Quantos milhões se perderam por causa disso”, lamenta.
Leão XIV assinala que, desde o pontificado de Francisco, seu predecessor, “foram tomadas medidas significativas para estabelecer novos controlos e equilíbrios sobre como seria a operação financeira” do Vaticano.
“Houve algumas coisas muito positivas nesse sentido, pelo que os resultados estão a ser visíveis”, afirma.
OC