Francisco anuncia passagem pelas Canárias, para abordar crise migratória
Cidade do Vaticano, 13 set 2024 (Ecclesia) – O Papa assumiu hoje o desejo de visitar a China, falando no final de um périplo por quatro países na Ásia e Pacífico, a maior viagem do pontificado.
“A China para mim é um desejo, no sentido de que gostaria de visitar a China, porque é um grande país: admiro a China, respeito a China. É um país com uma cultura milenar, uma capacidade de diálogo, de compreensão mútua que ultrapassa os diferentes sistemas de governo que teve”, referiu aos jornalistas que o acompanharam no voo de regresso a Roma, desde Singapura, onde se rezou em chinês, na Missa a que Francisco presidiu.
“Estou feliz com o diálogo com a China, o resultado é bom, mesmo para a nomeação de bispos estamos a trabalhar com boa vontade. E por isso ouvi a Secretaria de Estado dizer como as coisas estão a correr: estou contente”, acrescentou.
O Papa recordou que o seu enviado para a missão de paz na Ucrânia, o cardeal Zuppi, esteve em Pequi, sublinhando que “a colaboração pode ser feita, certamente em relação aos conflitos”.
“A China é uma promessa e uma esperança para a Igreja”, indicou.
Questionando sobre futuras viagens, Francisco anunciou que vai visitar as Ilhas Canárias, na Espanha.
O Atlântico continua a ser a rota migratória mais mortífera, tendo sido registadas mais de 4800 mortes este ano, segundo estimativas das ONG.
“Há lá as situações dos migrantes que vêm do mar, eu gostaria de estar perto dos governantes e do povo das Ilhas Canárias”, referiu o Papa.
O número de pequenas embarcações que chegam às ilhas espanholas aumentou em 126%, até 15 de agosto, registando-se a chegada de 22 300 migrantes.
Questionado sobre as eleições presidenciais na Venezuela, Francisco pediu aos governantes que “dialoguem e façam a paz”.
“As ditaduras não servem para nada e acabam mal, mais cedo ou mais tarde”, advertiu, pedindo um “caminho de paz”.
O Papa votou a dizer que uma viagem à Argentina, sua terra natal, “ainda não está decidida”.
“Gostaria de ir, é o meu povo, gostaria de ir, mas ainda não está decidido, porque há várias coisas que têm de ser resolvidas primeiro”, concluiu.
O Papa encerrou hoje em Singapura a viagem mais longa do seu pontificado, iniciada a 2 de setembro, após passagens pela Indonésia, Papua-Nova Guiné e Timor-Leste.
OC