Vaticano: Papa assinala que nas «dificuldades existem pessoas concretas»

Francisco alertou para o drama dos refugiados a mais de três mil universitários

Cidade do Vaticano, 18 mar 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco explicou que em “todas as dificuldades que o mundo enfrenta” existem homens e mulheres, jovens e idosos, que são “pessoas”, como os estudantes universitários que recebeu.

“Existem famílias e indivíduos que lutam todos os dias, que procuram cuidar dos seus filhos e garantir-lhes não somente um futuro, mas também as necessidades básicas de hoje. Ao mesmo tempo muitos dos que foram atingidos pelos problemas mais graves do nosso mundo atual, pela violência e pela intolerância, tornaram-se refugiados, tragicamente obrigados a abandonar as suas casas, privados de sua terra e sua liberdade”, exemplificou o Papa, esta quinta-feira.

Na Sala Paulo VI, Francisco a cerca de três mil universitários alertou que essas pessoas “precisam” de “ajuda”: “Cada um de vocês pode descrever as esperanças e os sonhos, os desafios e os sofrimentos que caracterizam as pessoas de seu país.”

“Eles pedem a vocês, em alta voz, para serem ouvidos e são dignos do vosso esforço pela justiça, paz e solidariedade”, acrescentou aos estudantes que participam na 8.ª edição da Conferência da Universidade de Harvard, realizada nos moldes das Nações Unidas  (Harvard World Model United Nations – WorldMUN).

Recordando São Paulo, o Papa destacou que a “força como comunidade”, em qualquer nível de vida e organização social, apoia-se, não tanto nos conhecimentos e habilidades pessoais, “mas na compaixão uns pelos outros, no cuidado sobretudo com os que que não podem cuidar de si próprios”.

Neste contexto, Francisco desejou que a experiência que os estudantes estão a ter em Roma os leve a ver o compromisso da Igreja católica no serviço aos pobres e refugiados, no apoio às famílias e comunidades e “na proteção da dignidade inalienável e dos direitos de todos os membros da família humana”.

“Nós cristãos acreditamos que Jesus chama-nos a servir os nossos irmãos e irmãs, a cuidar dos outros prescindindo de sua proveniência e circunstâncias”, referiu, acrescentando que essa “não é uma tarefa apenas dos cristãos mas um chamamento universal, “arraigado na humanidade comum”.

O Papa disse também aos cerca de três mil jovens que “o maior fruto” de estarem juntos em Roma não é a formação sobre diplomacia, sistemas institucionais e organizações, “que são importantes e devem ser estudados”, mas no tempo que passam juntos.

“No encontro com as pessoas de várias partes do mundo que representam não estão apenas os muitos desafios atuais, mas sobretudo a rica variedade de talentos e o potencial da família humana”, desenvolveu.

Francisco revelou ainda esperar que a experiência os leve a “apreciar a necessidade e a importância” de estruturas de cooperação e solidariedade que foram forjadas pela comunidade internacional durante os últimos anos, divulgou a Rádio Vaticano.

“Estas estruturas são particularmente eficazes quando se destinam ao serviço dos vulneráveis e marginalizados do mundo. Rezo para que as Nações Unidas e cada um dos Estados Membros sejam sempre disponíveis a tal serviço e zelo”, sublinhou, aos participantes da 8.ª edição da Conferência da Universidade de Harvard – WorldMUN.

CB

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Agência ECCLESIA

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