Leão XIV fala em «explosão de vida e alegria que mudou o significado de toda a realidade»

Cidade do Vaticano, 22 out 2025 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje para a “doença” contemporânea da tristeza, apresentando a ressurreição de Jesus como uma resposta “de vida e alegria” para todos.
“Não cedamos à tentação da tristeza, mas deixemos que Cristo Ressuscitado nos acompanhe e nos ilumine com a sua luz que dissipa todas as trevas”, disse aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.
Leão XIV falou de um “sentimento de precariedade, por vezes de profundo desespero, que invade o espaço interior e parece prevalecer sobre qualquer onda de alegria”.
“A ressurreição de Cristo pode curar uma das doenças do nosso tempo: a tristeza. Invasiva e generalizada, a tristeza acompanha o dia-a-dia de muitas pessoas”, observou.
A reflexão alertou que a tristeza “mina o sentido e o vigor da vida, que se torna como que uma viagem sem direção nem sentido”.
Já a ressurreição de Jesus representa, segundo o Papa, “uma explosão de vida e alegria que mudou o significado de toda a realidade, de negativo para positivo; contudo, não aconteceu de forma dramática, muito menos violenta, mas de forma suave, oculta, quase humilde”.
A catequese semanal evocou o encontro com os dois discípulos de Emaús, relatado nos Evangelhos: “Desiludidos e desanimados, abandonam Jerusalém, deixando para trás as esperanças que tinham depositado em Jesus, que foi crucificado e sepultado”.
Jesus não ressuscitou em palavras, mas em atos, com o seu corpo que traz as marcas da paixão, o selo eterno do seu amor por nós. A vitória da vida não é uma palavra vazia, mas um facto real e concreto.”
Leão XIV considerou que reconhecer a Ressurreição significa “mudar a perspetiva sobre o mundo” e deixou um apelo aos participantes, ao saudar os peregrinos de língua portuguesa: “O Senhor Ressuscitado continua a aproximar-se de todos, reacendendo nos corações a esperança e a alegria. Ide ao seu encontro, de modo especial em cada domingo, quando Ele mesmo a nós se oferece na Eucaristia, para que o seu pão partido pela vida do mundo sacie a humanidade de hoje”.
Na saudação aos peregrinos polacos, o Papa evocou a celebração da memória litúrgica de São João Paulo II.
“Há exatamente 47 anos, nesta praça, ele exortou o mundo a abrir-se a Cristo. Este apelo continua válido ainda hoje: todos somos chamados a fazê-lo nosso”, indicou.
OC