Vaticano: Papa apresenta Cristianismo como «história de amor» e alerta para risco de «rotina» espiritual

Homilia na Missa de canonização dos primeiros mártires do Brasil

Cidade do Vaticano, 15 out 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco apresentou hoje no Vaticano o Cristianismo como uma “história de amor com Deus”, alertando para os riscos de uma “rotina” espiritual que fecha o coração e maltrata os outros.

“Quando se perde de vista o amor, a vida cristã torna-se estéril, torna-se um corpo sem alma, uma moral impossível, um conjunto de princípios e leis a respeitar sem um porquê”, disse, na homilia da Missa a que presidiu na Praça de São Pedro, na qual canonizou 35 fiéis, incluindo os primeiros mártires do Brasil.

Este grupo inclui o sacerdote português Santo Ambrósio Francisco Ferro.

Perante milhares de pessoas reunidas no Vaticano, o Papa convidou todos a questionar-se se, “pelo menos uma vez por dia” se lembram de rezar a Deus para dizer: “Amo-Vos, Senhor. Vós sois a minha vida”.

Francisco falou do “perigo” de uma vida cristã rotineira, onde as pessoas se contentam com “a ‘normalidade’, sem zelo nem entusiasmo e com a memória curta”.

“Em vez disso, reavivemos a memória do primitivo amor: somos os amados, os convidados para as núpcias, e a nossa vida é um dom, sendo-nos dada em cada dia a magnífica oportunidade de responder ao convite”, acrescentou.

O Papa sustentou que é preciso abrir o coração para que este não se “feche, envelheça”, tornando as pessoas “rígidas e más”.

A intervenção sublinhou a importância da Confissão, como “passo decisivo para entrar na sala das núpcias e celebrar a festa do amor com Ele”.

Além dos mártires do Brasil, foram canonizados três jovens mexicanos (Cristóforo, António e João), mortos entre 1527 e 1529, considerados os “protomártires do México”; o padre espanhol Faustino Míguez (1831-1925), que se destacou na educação dos mais desfavorecidos e das mulheres; e o religioso capuchinho Angelo de Acri (1669-1739), italiano, um confessor conhecido pelo seu apostolado itinerante.

No final da celebração, o Papa referiu-se à Jornada Mundial pela Erradicação da Pobreza, que se assinala esta terça-feira.

“A miséria não é uma fatalidade, tem causas que devem ser reconhecidos e eliminadas para honrar a dignidade de tantos irmãos e irmãs”, disse, antes da recitação do ângelus.

OC

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Agência ECCLESIA

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