Leão XIV retomou a realização de audiências jubilares, na manhã de sábado, para refletir sobre o tema «esperar é ligar» e falar aos participantes no Jubileu do Desporto

Cidade do Vaticano, 14 jun 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV retomou este sábado a realização da audiência jubilar, desafiou a construir “pontes onde hoje há muros” e apelou a um mundo “livre da ameaça nuclear”.
“O compromisso de construir um mundo mais seguro e livre da ameaça nuclear deve ser alcançado através de um encontro respeitoso e de um diálogo sincero, para construir uma paz duradoura, baseada na justiça, na fraternidade e no bem comum”, afirmou o Papa.
No fim da audiência jubilar, Leão XIV referiu-se ao conflito entre Israel e o Irão, notícias que “suscitam muita preocupação” e mostram que a situação “deteriorou-se gravemente” num “momento tão delicado”.
Na madrugada desta sexta-feira, Israel iniciou uma ofensiva militar contra o Irão, nomeadamente instalações nucleares, seguindo-se a retaliação iraniana com o lançamento de mísseis contra o território israelita.
“Desejo renovar com veemência um apelo à responsabilidade e à razão”, sublinhou o Papa.
Ninguém deve jamais ameaçar a existência do outro. É dever de todos os países apoiar a causa da paz, iniciando caminhos de reconciliação e promovendo soluções que garantam segurança e dignidade para todos”.
O Papa retomou hoje as audiências jubilares, iniciadas pelo Papa Francisco no mês de janeiro, para abordar um aspeto da virtude teologal da esperança, tema do Ano Santo 2025, a partir também de uma “figura espiritual que a testemunhou”.

Leão XIV apresentou uma reflexão sobre o tema “Esperar é ligar” e apelou à construção de pontes “onde hoje há muros”.
“Em cada uma das nossas cidades, construamos pontes onde hoje há muros. Abramos as portas, liguemos os mundos e haverá esperança”, afirmou.
Na audiência jubilar, destinada aos vários grupos que, em Roma, realizam a sua peregrinação no Jubileu 2025, nomeadamente os participantes no Jubileu do Desporto, que decorre este sábado e domingo, o Papa lembrou Santo Ireneu de Lião, que nasceu na Ásia Menor e depois foi para a Europa e ajuda a “reconhecer a beleza e a pertinência” da esperança como ligação entre povos.
Ainda hoje, as comunidades de migrantes são presenças que reavivam a fé nos países que as acolhem. O Evangelho vem de fora. Ireneu liga o Oriente e o Ocidente. Este é já um sinal de esperança, pois recorda-nos como os povos continuam a enriquecer-se mutuamente”.
Leão XIV lembrou também que as “divisões doutrinais” e os “conflitos internos e as perseguições externas” que Ireneu encontrou nas comunidades cristãs, na Europa, não o desencorajaram, mas “aprendeu a pensar melhor” e a colocar a sua “atenção cada vez mais profundamente em Jesus”.
“Jesus não é um muro que separa, mas uma porta que une. Temos de permanecer n’Ele e distinguir a realidade das ideologias”, afirmou o Papa.
Na saudação aos grupos de língua inglesa, o Papa referiu-se aos participantes no Jubileu do Desporto, promovido pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, que é presidido pelo cardeal português D. José Tolentino Mendonça, como uma oportunidade para refletir “sobre a relação entre a atividade desportiva e a virtude da esperança”.
“O desporto é animado pela esperança, no sentido que envolve o esforço para atingir um objetivo, tentando constantemente melhorar o nosso desempenho e aprendendo a trabalhar com os outros, como uma equipa. Ao mesmo tempo, as nossas esperanças mais profundas desafiam-nos a fazer do mundo do desporto uma arena onde os valores autenticamente humanos e cristãos podem ser exercitados e comunicados aos outros para a construção de um mundo melhor”, disse Leão XIV.
O Jubileu do Desporto decorre em Roma, onde decorre uma conferência sobre o tema “Esperança e desporto”, que tem entre os intervenientes o treinador português Sérgio Conceição, que saudou o Papa na audiência desta manhã, uma “aldeia desportiva, na Piazza del Popolo, a peregrinação à Porta Santa, a apresentação de um filme, na noite deste sábado, e a Missa presidida pelo Papa, na manhã de domingo, na Praça de São Pedro.
PR