Vaticano: Papa apela a compromisso global em defesa da vida e da família

Francisco manifesta preocupação com crises humanas em vários pontos do planeta

Cidade do Vaticano, 11 jan 2016 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a comunidade internacional deve promover um compromisso global em defesa da vida e da família.

“É preciso um compromisso comum que inverta decididamente a cultura do descarte e da violação da vida humana, para que ninguém se sinta negligenciado ou esquecido nem sejam sacrificadas mais vidas pela falta de recursos e sobretudo de vontade política”, afirmou Francisco, perante representantes diplomáticos de 180 Estados, incluindo Portugal, bem como da União Europeia, da Palestina e da Ordem Soberana de Malta.

No tradicional encontro de Ano Novo com os embaixadores, o Papa referiu-se à primeira Cimeira Humanitária Mundial, convocada pelas Nações Unidas para o próximo mês de maio, deixando votos de que “possa ter sucesso” para “colocar a pessoa humana e a sua dignidade no coração de cada resposta humanitária”.

A intervenção recordou o Encontro Mundial das Famílias 2015, em Filadélfia (EUA), sustentando que a família “é a primeira e mais importante escola de misericórdia, na qual se aprende a descobrir o rosto amoroso de Deus e onde cresce e se desenvolve a nossa humanidade”.

“Conhecemos os numerosos desafios que, infelizmente, a família tem de enfrentar neste tempo em que está ameaçada pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimónio mediante o relativismo, a cultura do efémero, a falta de abertura à vida”, advertiu.

Segundo o Papa, existe hoje um “um medo generalizado” perante os compromissos definitivos que a família supõe, com consequências negativas para “os mais novos, muitas vezes frágeis e desorientados, e os idosos que acabam por ser esquecidos e abandonados”.

Francisco falou também das consequências do “espírito individualista” que leva à indiferença para com o próximo e a ignorar a “humanidade dos outros”.

“Porventura não são estes os sentimentos que muitas vezes nos assaltam à vista dos pobres, dos marginalizados, dos últimos da sociedade? E são tantos os últimos na nossa sociedade”, alertou.

A intervenção renovou as críticas à “cultura do descarte” que sacrifica “homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo”.

“As pessoas já não são vistas como um valor primário a respeitar e tutelar, especialmente se são pobres ou deficientes, se ‘ainda não servem’ (como os bebés por nascer) ou ‘já não servem’ (como os idosos)”, lamentou.

OC

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