Francisco apela à estabilidade política e ao fim dos conflitos no mais jovem país de África
Cidade do Vaticano, 10 nov 2019 (Ecclesia) – O Papa revelou hoje a sua intenção de visitar o Sudão do Sul, a braços com uma crise política e alimentar, após ter-se encontrado em abril com os líderes do mais jovem paísafricano, no Vaticano.
“Dirijo um pensamento especial ao querido povo do Sudão do Sul, que deverei visitar este ano. Com a memória ainda viva do retiro espiritual para as autoridades do país, realizado no Vaticano em abril passado, desejo renovar o meu convite a todos os atores do processo político nacional para que procurem o que une e superem o que divide, em espírito de verdadeira fraternidade”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, no Vaticano.
O texto oficial divulgado pela Santa Sé precisa que o Papa se referia a 2020 e não a “este ano” (2019), como acabou por dizer.
Falando a milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus, Francisco recordou que o “povo do Sudão do Sul sofreu muito nos últimos anos e espera com grande esperança um futuro melhor, especialmente o fim definitivo dos conflitos e a paz duradoura”.
Peço, portanto, aos responsáveis que continuem sem parar no seu compromisso por um diálogo inclusivo, na busca de consenso para o bem da nação. Também expresso a esperança de que a comunidade internacional não deixe de acompanhar o Sudão do Sul no caminho da reconciliação nacional. Convido todos a rezar juntos por este país, pelo qual tenho um carinho especial”.
A 11 de abril, na conclusão do retiro espiritual dos líderes políticos do Sudão do Sul, realizado na Casa Santa Marta, no Vaticano, o Papa Francisco ajoelhou-se diante deles lançando um apelo em favor do futuro do novo governo que deveria nascer em 12 de maio, beijando os pés do presidente da República Salva Kiir Mayardit, e dos vice-presidentes designados, entre os quais Riek Machar e Rebeca Nyandeng De Mabior.
A formação do novo governo de unidade nacional foi adiada várias vezes, sendo a atual data limite o 12 de novembro; Salva Kiir aponta, no entanto, para formação de um executivo sem a presença de Riek Machar.
Nos últimos dias, o país tem sido afetado pelas cheias, que causaram mais de 50 mortes e obrigaram milhares de pessoas a abandonar as suas casas; há cerca de 420 mil pessoas deslocadas, segundo dados das Nações Unidas.
OC
Notícia atualizada às 12h00