Francisco celebrou Missa com novos cardeais, incluindo D. António Marto, e arcebispos de dezenas de países, na solenidade de São Pedro e São Paulo
Cidade do Vaticano, 29 jun 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje no Vaticano para a tentação dos “triunfalismos vazios” na Igreja Católica, numa celebração com os novos cardeais e arcebispos metropolitas, de dezenas de países.
“Jesus, não separando da cruz a glória, quer resgatar os seus discípulos, a sua Igreja, de triunfalismos vazios: vazios de amor, vazios de serviço, vazios de compaixão, vazios de povo”, disse, na homilia da Missa a que presidiu na Praça de São Pedro.
Na solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, padroeiros de Roma, o Papa convidou todos os responsáveis católicos a “entrar em contacto com a existência concreta dos outros”, o “drama humano real”, para dar a conhecer ao mundo “a força revolucionária da ternura de Deus”.
“O Ungido de Deus leva o amor e a misericórdia do Pai até às extremas consequências. Este amor misericordioso exige ir a todos os cantos da vida para alcançar a todos, ainda que isso custe o «bom nome», as comodidades, a posição… o martírio”, observou.
A celebração começou com a bênção dos pálios, uma insígnia litúrgica de honra e jurisdição da Igreja Católica; estes foram colocados na noite anterior junto do túmulo do apóstolo Pedro, o primeiro Papa da Igreja Católica, e foram transportados durante a celebração para junto de Francisco.
“Como Pedro, também nós podemos confessar com os nossos lábios e o nosso coração não só aquilo que ouvimos, mas também a experiência concreta da nossa vida: fomos ressuscitados, acudidos, renovados, cumulados de esperança pela unção do Santo”, declarou o Papa.
A intervenção alertou para as “tentações”, os “sussurros” do demónio, na vida de cada cristão.
“Várias vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Jesus toca a miséria humana, convidando-nos a estar com Ele e a tocar a carne sofredora dos outros”, assinalou Francisco.
“Queridos irmãos, continua a habitar em milhões de rostos a pergunta: «És Tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?». Confessemos com os nossos lábios e com o nosso coração: Jesus Cristo é o Senhor”.
Um dia depois de o Papa ter criado 14 cardeais de 11 países, incluindo D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, a celebração de hoje voltou a ter marca de universalidade, com orações em aramaico (língua falada por Jesus e usada ainda hoje na Liturgia da comunidade católica no Iraque), português, chinês e japonês.
A solenidade de São Pedro e São Paulo trouxe a Roma, como é tradição, uma delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa).
OC