Vaticano: Papa alerta para «ostentação» religiosa que ignora os mais pobres

«Deus está do lado dos últimos», sublinha Francisco

Foto: Lusa

Cidade do Vaticano, 11 nov 2018 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje no Vaticano o que qualificou como “ostentação” religiosa que leva a ignorar os mais pobres, sublinhando que, segundo Jesus Cristo, “Deus está do lado dos últimos”.

“Jesus desmascara este mecanismo perverso, denuncia a opressão dos fracos feita instrumentalmente com base em motivações religiosas, dizendo claramente que Deus está do lado dos últimos”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, ao presidir à recitação da oração do ângelus.

Francisco partiu de uma parábola apresentada pelos Evangelhos, que tem como personagem central uma “viúva pobre” que oferece a Deus tudo o que tinha, sem ostentação, ao contrário das “pessoas importantes, ricas, influentes”, que ostentavam a sua posição social.

A sua ostentação é, sobretudo, de natureza religiosa”, assinalou o pontífice, recordando que Jesus foi particularmente crítico dos que se “servem de Deus para se acreditarem como os defensores da sua lei”.

“Esta atitude de superioridade e de vaidade leva-os ao desprezo pelos que pouco contam ou se encontram numa posição económica desvantajosa”, acrescentou.

O Papa declarou que “as contas do Senhor” são diferentes das humanas.

“Ele pesa, de forma diferente, as pessoas e os seus gestos: não mede a quantidade, mas a quantidade, escrutina os corações e olha para a pureza das intenções”.

Francisco convidou todos os fiéis a evitar atitudes de “ritualismo e de formalismo”, na oração e nos gestos de caridade.

“Quando formos tentados pelo desejo de aparecer e de contabilizar os nossos gestos de altruísmo, quando estamos demasiado interessados pelo olhar dos outros – permitam-me a expressão, quando nos pavoneamos -, pensemos nesta mulher [viúva]. Vai fazer-nos bem, ajudar-nos-á a despojarmo-nos do supérfluo para ir ao que conta verdadeiramente, permanecendo humildes”, apontou.

Após a oração, o Papa recordou a beatificação, este sábado, do padre Teodoro Illera del Olmo e outros 15 mártires, num total de 13 consagrados e três leigos, que decorreu em Barcelona.

“Estes novos beatos foram mortos por causa da sua fé, em locais e datas diversas, durante a guerra e a perseguição religiosa do século passado na Espanha”, assinalou, antes de pedir um aplauso da multidão reunida na Praça de São Pedro, pedindo um aplauso para estas “corajosas testemunhas” do Senhor.

O portal de notícias do Vaticano sublinha que os 16 mártires foram “assassinados por ódio à fé durante a perseguição religiosa na Espanha, entre 1936 e 1937, um dos períodos mais cruéis da história das perseguições anticristãs na Europa moderna”.

OC

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Agência ECCLESIA

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