Francisco convida ao diálogo entre gerações, criticando «descarte» dos mais velhos
Cidade do Vaticano, 02 mar 2022 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje para o “excesso de velocidade” da vida contemporânea, convidando ao diálogo entre gerações, para que os mais novos aprendam com os idosos.”
“Os tempos de transmissão são mais curtos, mas os tempos de assimilação requerem sempre paciência. O excesso de velocidade, que agora obceca todas as fases da nossa vida, torna cada experiência mais superficial e menos ‘nutriente’. Os jovens são vítimas inconscientes desta divisão entre o tempo do relógio, que quer ser queimado, e os tempos da vida”, disse Francisco, na audiência pública semanal que decorreu no Auditório Paulo VI.
A catequese destacou que a velhice “impõe ritmos mais lentos”, que não são apenas “tempos de inércia”.
“A medida destes ritmos abre, para todos, espaços de significado da vida desconhecidos pela obsessão da velocidade. A perda de contacto com os ritmos lentos da velhice fecha estes espaços para todos”, apontou.
O Papa aludiu, a este respeito, à instituição da festa dos avós e idosos, que a Igreja Católica celebra agora no último domingo de julho.
“A aliança entre as duas gerações nos extremos da vida, crianças e idosos, também ajuda as outras duas, jovens e adultos, a criar laços entre si para tornar a existência de todos mais rica em humanidade”, indicou.
Francisco condenou uma sociedade que “descarta” os idosos, porque não os considera “necessários”.
O Papa pediu que a maior longevidade da vida humana deve promover uma “aliança entre todos os tempos da vida”.
“O sentido da vida não está somente na idade adulta, dos 25 aos 60, não. O sentido da vida vai do nascimento até à morte”, sustentou.
OC