Leão XVI sublinha lições dos bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui

Cidade do Vaticano, 10 ago 2025 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje, no Vaticano, para a crise que se vive no Haiti, apelando à intervenção da comunidade internacional e a uma rejeição generalizada da guerra, como forma de superar conflitos.
“Continuemos a rezar para que as guerras acabem. O 80.º aniversário dos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui despertou em todo o mundo a justa rejeição da guerra como forma de resolver conflitos”, disse Leão XIV, após a recitação do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.
A intervenção dirigiu-se diretamente aos tomam decisões, para que “tenham sempre presente a sua responsabilidade pelas consequências das suas escolhas sobre as populações” e “não ignorem as necessidades dos mais fracos e o desejo universal de paz”.
Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa observou que “a situação da população do Haiti é cada vez mais desesperada”.
“Sucessivamente, chegam notícias de homicídios, violência de todos os tipos, tráfico de seres humanos, exílios forçados e sequestros. Faço um apelo sincero a todos os responsáveis para que os reféns sejam libertados imediatamente”, declarou.
Leão XVI pediu “o apoio concreto da comunidade internacional para criar as condições sociais e institucionais que permitam aos haitianos viver em paz”.
Segundo responsáveis da ONU no Haiti, mais de 1500 pessoas morreram e 609 ficaram feridas entre abril e junho de 2025 devido à violência entre gangues, além de 185 raptos e 628 vítimas de violência sexual.
Em 2024, a ONU registou mais de 5600 mortes relacionadas com a violência de gangues (mais 20% do que em 2023) e um aumento de 70% no número de crianças recrutadas à força por grupos armados. O portal de notícias do Vaticano cita Gena Heraty, missionária leiga irlandesa, para denunciar que no início deste mês uma criança deficiente, de três anos, e outras sete pessoas foram sequestradas por um grupo armado, que atacou um orfanato na periferia da capital haitiana. |
O Papa felicitou, por outro lado, os responsáveis da Arménia e o Azerbaijão, que assinaram uma declaração conjunta de paz.
“Espero que este gesto possa contribuir para uma paz estável e duradoura no Cáucaso Meridional”, desejou.
O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinián, e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, assinaram esta sexta-feira, na Casa Branca (EUA), um acordo que estabelece um plano de paz, após quase quatro décadas de confrontos.
OC