«Devemos rejeitar como tentação o fascínio das armas poderosas e sofisticadas» – Leão XIV

Cidade do Vaticano, 18 jun 2025 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje, no Vaticano, para o risco de um cenário de “barbárie” nas guerras do Médio Oriente e na Ucrânia.
“Como a guerra de hoje utiliza armas científicas de todos os tipos, a sua atrocidade ameaça conduzir os combatentes a uma barbárie muito maior do que a de tempos passados”, alertou Leão XIV, no final da audiência pública semanal.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa disse que “o coração da Igreja está dilacerado pelos gritos que se elevam dos lugares de guerra, sobretudo da Ucrânia, do Irão, de Israel e de Gaza”.
“Não nos devemos habituar à guerra. Pelo contrário, devemos rejeitar como tentação o fascínio das armas poderosas e sofisticadas”, apelou.
Por isso, em nome da dignidade humana e do direito internacional, repito aos responsáveis aquilo que o Papa Francisco costumava dizer: a guerra é sempre uma derrota. E como Pio XII: nada se perde com a paz, tudo se pode perder com a guerra.”
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
Em retaliação, o Irão lançou sucessivos ataques de mísseis contra cidades israelitas, incluindo Telavive e Jerusalém.
Já na Ucrânia, o número de mortos nos ataques lançados na terça-feira pelo exército russo contra Kiev subiu de 10 para 23 pessoas, segundo as autoridades locais.
Em Gaza, a campanha militar de Israel já provocou a morte a 55 300 palestinos, mais de metade dos quais mulheres e crianças, desde outubro de 2023.
O conflito começou após um ataque do Hamas ao sul de Israel, a 7 de outubro de 2023, em que morreram 1200 pessoas, na maioria civis, e foram feitos mais de 250 reféns, 53 dos quais ainda nas mãos dos islamitas.
Durante a audiência geral desta manhã, o Papa saudou os membros da delegação internacional “HOPE80” no início da peregrinação “Chama da Esperança”, que procura promover a reconciliação e a paz no 80.º aniversário do fim da II Guerra Mundial.
“Que a luz do amor divino e da fraternidade arda sempre intensamente nos corações dos homens e das mulheres da nossa única família humana”, desejou.
OC