Vaticano: Papa alerta para «bispos de aeroporto»

Francisco quer prelados junto do seu povo e nas «periferias existenciais»

Cidade do Vaticano, 19 set 2013 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje no Vaticano para o que chamou ‘bispos de aeroporto’ e pediu que os prelados saibam “permanecer” na missão que lhes foi confiada.

“Peço-vos, por favor, que permaneçais no meio do vosso povo. Permanecer, permanecer. Evitai o escândalo de ser ‘bispos de aeroporto’!”, disse Francisco, num encontro com prelados nomeados nos últimos meses, organizado pela Congregação para os Bispos em colaboração com a Congregação para as Igrejas Orientais.

Segundo o Papa, esta presença “não é secundária, é indispensável”, porque é “o próprio povo que a pede, que quer ver o seu bispo caminhar com ele, estar próximo dele”.

“Não vos fecheis! Ide entre os vossos fiéis, inclusive nas periferias das vossas dioceses e em todas as ‘periferias existenciais’ nas quais há sofrimento, solidão e degradação humana”, acrescentou.

Nesse contexto, Francisco convidou a “seguir a perspicácia que o Povo de Deus tem para encontrar novos caminhos” e advertiu para que se evite cair “no espírito do carreirismo” e da ambição.

O Papa precisou que a estabilidade que pede aos bispos tem dois aspetos específicos: “permanecer” na diocese, e permanecer “nessa” diocese, sem procurar mudanças ou promoções.

“Esta é uma época em que se pode viajar, deslocar-se de um ponto para outro com facilidade, um tempo em que as relações são velozes, a época da internet. Mas a antiga lei da residência não passou de moda”, sublinhou.

A intervenção destacou a importância de que os bispos sejam “pastores acolhedores, que caminham com o seu povo”, capazes de olhar também para os seus próprios limites e de ter “uma dose de bom humor”.

No seu discurso, o Papa começou por recordar que o bispo é um homem de comunhão e unidade, “capaz de acolher todos os homens e mulheres”, “acolher todos para caminhar com todos”.

“Não vos esqueçais das necessidades humanas de cada sacerdote, especialmente nos momentos mais delicados e importantes dos seus ministérios e das suas vidas. Nunca é tempo desperdiçado o tempo passado com os sacerdotes”, disse ainda.

Francisco repetiu os avisos que tem lançado sobre a “mentalidade de príncipes”, deixando votos de que os bispos não sejam “homens ambiciosos”, para não caírem no “espírito do carreirismo”.

OC

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Agência ECCLESIA

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