Francisco pede sistema alimentar global «capaz de resistir a crises futuras»
Cidade do Vaticano, 14 jun 2021 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje para o aumento da fome no mundo, durante a pandemia, apelando a um sistema alimentar global “capaz de resistir a crises futuras”.
Numa carta dirigida à 42ª sessão da Conferência da FAO, a decorrer em Roma, Francisco pede à comunidade internacional que desenvolva os esforços necessários para “alcançar a autonomia alimentar, tanto através de novos modelos de desenvolvimento e consumo, quanto através de formas de organização comunitária que preservem os ecossistemas locais e a biodiversidade”.
A crise provocada pela Covid-19, indica a mensagem, deve ter como resposta, entre outras, a promoção de “uma agricultura sustentável e diversificada” que leve em conta “o papel precioso da agricultura familiar e das comunidades rurais”.
Francisco observa que são “exatamente aqueles que produzem alimentos que sofrem com a falta ou escassez” dos mesmos, sublinhando que “três quartos dos pobres do mundo” dependem principalmente da agricultura, mas estão afastados “dos mercados, da propriedade da terra, dos recursos financeiros, das infraestruturas e das tecnologias”.
Dirigindo-se aos participantes na 42ª sessão da Conferência do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Papa alerta que o número de pessoas “em risco de insegurança alimentar aguda” atingiu o seu máximo em 2020, um quadro que “pode piorar no futuro para milhões de pessoas”.
A mensagem propõe a aposta numa Economia mais humana, “ancorada no bem comum, amiga da ética e respeitadora do meio ambiente”.
“O desenvolvimento de uma economia circular, que garanta recursos para todos, incluindo as gerações futuras, e promova o uso de energias renováveis é vantajoso”, aponta.
O Papa deixa votos de que a situação pandémica ajude a humanidade a tirar lições para o futuro.
“Aproveitemos esta provação como uma ocasião para preparar o amanhã para todos, sem descartar ninguém”, conclui.
OC
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