Mensagem dirigida ao Conselho de Segurança critica comércio de armas
Cidade do Vaticano, 14 jun 2023 (Ecclesia) – O Papa dirigiu hoje uma mensagem ao Conselho de Segurança da ONU, alertando para um “retrocesso” na história, perante o recrudescimento de conflitos militares em todo o mundo.
“Para que estamos perante um retrocesso na história, com a ascensão de nacionalismos míopes, extremistas, ressentidos e agressivos que têm gerado conflitos não apenas anacrónicos e ultrapassados, mas ainda mais violentos”, refere o texto, lido em Nova Iorque (EUA) pelo secretário do Vaticano para as relações com os Estados, D.Paul R. Gallagher.
Francisco, internado desde 7 de junho no Hospital Gemelli, de Roma, após uma intervenção cirúrgica, defende o fim de uma “lógica de legitimação da guerra”.
“Na atualidade, com armas nucleares e de destruição em massa, os campos de batalha tornaram-se praticamente ilimitados e os efeitos potencialmente catastróficos”, alerta a mensagem.
O Papa fala num “momento crucial” para a humanidade, em que a paz parece “dar lugar à guerra”.
“Os conflitos estão a aumentar e a estabilidade está cada vez mais colocada em risco”, acrescenta.
O texto assinala que, aos olhos da opinião pública, o Conselho de Segurança da ONU parece “sem poder e paralisado”, renovando a confiança da Santa Sé neste organismo, “essencial para promover a paz”.
A reunião do Conselho, esta quarta-feira, abordou “os valores da fraternidade humana na promoção e manutenção da paz”.
“Temos uma fome de fraternidade, que nasce de tantas situações de injustiça, pobreza e desigualdade e também da falta de uma cultura de solidariedade”, adverte Francisco.
O Papa mostra-se particularmente crítico do comércio de armas, acusando quem o promove de ganhar dinheiro com “sangue inocente”.
“É preciso mais coragem para procurar a paz do que para fazer a guerra”, sustenta.
A mensagem conclui com a esperança de que a humanidade possa “escrever um novo capítulo de paz na história”, para que “a guerra pertença ao passado, não ao futuro”.
OC