Bento XVI destaca «universalidade» e responsabilidades especiais dos seis novos membros do colégio cardinalício
Cidade do Vaticano, 25 nov 2012 (Ecclesia) – Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que os evangelhos mostram que Jesus nunca teve “nenhuma ambição política”, numa missa que contou com a presença dos seis novos cardeais que criou no consistório de sábado.
“Depois da multiplicação dos pães, o povo, entusiasmado com o milagre, queria pegar nele e fazê-lo rei, para derrubar o poder romano”, referiu o Papa, na cerimónia a que presidiu na Basílica de São Pedro, acrescentando que para Jesus “o reino de Deus é de género totalmente diferente; não se baseia sobre as armas e a violência”.
Mais tarde, na recitação da oração do Angelus, Bento XVI aludiu à “universalidade” dos novos membros do colégio cardinalício, “pastores da Igreja no Líbano, Índia, Nigéria, Colômbia, Filipinas e um deles [natural dos EUA] há muito tempo ao serviço da Santa Sé”.
Na homilia da missa a que tinha presidido, o Papa destacou a celebração da solenidade de Cristo Rei, com que a Igreja Católica encerra o seu ano litúrgico 2011/2012.
“A Igreja convida-nos a celebrar Jesus Cristo como rei do universo; chama-nos a dirigir o olhar em direção ao futuro, ou melhor em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo”, precisou.
Bento XVI precisou que os próprios discípulos, “apesar de terem partilhado a vida com Jesus e ouvido as suas palavras, pensavam num reino político, instaurado mesmo com o uso da força”.
“[Jesus] deseja cumprir a vontade do Pai até ao fim e estabelecer o seu reino, não com as armas e a violência, mas com a aparente fragilidade do amor que dá a vida. O reino de Deus é um reino completamente diferente dos reinos terrenos”, assinalou.
O Papa assinalou a importância, para a Igreja Católica, de um “poder que não corresponda à lógica do domínio e da força”, mas “o poder da verdade e do amor”.
“Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”, acrescentou, falando numa “responsabilidade” especial para os cardeais, chamados a “fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes”.
OC