Igreja Católica no país sul-americano enfrenta crise provocada por casos de abusos sexuais
Cidade do Vaticano, 21 set 2018 (Ecclesia) – O Papa aceitou hoje a renúncia de dois bispos católicos do Chile, país onde a Igreja Católica enfrenta uma crise provocada por casos de abusos sexuais.
Francisco substituiu os responsáveis das dioceses de San Bartolomé de Chillán e San Felipe, os bispos D. Carlos Eduardo Pellegrín Barrera e D. Cristián Enrique Contreras Molina, respetivamente, nomeando como administradores apostólicos dois sacerdotes, a título provisório.
Em agosto, o Papa escreveu à Conferência Episcopal do Chile, para saudar a aprovação de propostas “realistas e concretas” no combate a casos de abusos sexuais, após a divulgação do documento ‘Declaración, Decisiones y Compromisos’, após uma assembleia plenária extraordinária do episcopado.
A Conferência Episcopal do Chile assumiu erros na gestão de casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero ou em instituições católicas, anunciando novas medidas, como a total disponibilidade em cooperar com a Procuradoria da República, promovendo a informação transparente das investigações sobre os abusos e a publicação online dos nomes dos sacerdotes que cometeram abusos.
A advogada Ana María Celis Brunet foi nomeada como nova presidente do Conselho Nacional para a prevenção de abusos e o acompanhamento das vítimas – cargo ocupado anteriormente por um bispo – e Pilar Ramírez Rodríguez como diretora-executiva do Departamento para a prevenção de abusos e para a implementação das decisões do Conselho Nacional.
Em abril, o Papa confessou “dor e vergonha” com os casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero e religiosos no Chile, tendo convocado os bispos católicos do país para uma reunião no Vaticano, além de receber grupos de vítimas.
Em maio, todos os prelados chilenos apresentaram ao Papa a sua renúncia; em junho, Francisco tinha substituído cinco responsáveis (dioceses de Puerto Montt, Valparíso, Osorno, Rancagua e Talca) e escreveu uma carta à comunidade católica do país, na qual se pede o fim de uma “cultura do abuso e do encobrimento”.
A missiva surge na sequência das investigações em curso sobre atos de abusos sexuais, levadas a cabo por D. Charles Scicluna e Mons. Jordi Bertomeu, enviados especiais do Papa.
Os dois responsáveis estiveram no mês de fevereiro em Santiago do Chile e Nova Iorque, para recolher depoimentos.
OC