Vaticano: Papa abre caminho à canonização de Carlos de Foucauld

Religioso francês foi assassinado em 1916, na Argélia, onde viveu como eremita

Cidade do Vaticano, 27 mai 2020 (Ecclesia) – O Papa aprovou hoje a publicação do decreto relativo a um milagre atribuído à intercessão do Beato Carlos de Foucauld, abrindo caminho à sua canonização.

No centenário da morte do religioso francês, ocorrido na Argélia a 1 de dezembro de 1916, o Papa elogiou o seu percurso de vida.

“Um homem que venceu tantas resistências e deu um testemunho que fez bem à Igreja. Peçamos que nos abençoe do céu e nos ajude a caminhar nos caminhos de pobreza, contemplação e serviço aos pobres”, referiu Francisco.

Carlos de Foucauld foi morto aos 58 anos por um grupo armado no Saara argelino; seria beatificado a 13 de novembro de 2005, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo cardeal português D. José Saraiva Martins, então prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé), no pontificado de Bento XVI.

Nascido em Estrasburgo (França), a 15 de setembro de 1858, o religioso empreendeu em 1883 uma expedição no deserto de Marrocos que lhe valeu a medalha de ouro da Sociedade de Geografia; converteu-se ao catolicismo em 1886 e foi ordenado sacerdote em 1901 em Viviers, tendo decidido partir para Beni-Abbès, no deserto argelino, perto da fronteira com Marrocos.

Acompanhou militares pelas montanhas do Hoggar, junto dos Tuaregues, um povo nómada e hostil aos franceses; em 1909 regressa a Tamanrasset onde fica até à sua morte, apesar da instabilidade provocada pela I Guerra Mundial; foi sequestrado por um grupo de rebeldes e assassinado (1 de dezembro de 1916) por um grupo de tuaregues senussi.

Carlos de Foucauld ficou conhecido como o “irmão universal” pela sua vivência como monge eremita, no deserto do Saara, em respeito pelas outras religiões.

A sua vida deu origem a dez congregações religiosas, entre as quais as fraternidades dos Irmãozinhos e Irmãzinhas de Jesus, criadas depois da sua morte.

Ainda hoje, o Papa aprovou a publicação de decretos relativos a milagres atribuídos à intercessão do Beato Cesare de Bus (1544-1607, França), sacerdote e fundador da Congregação dos Padres da Doutrina Cristã; à intercessão da Beata Maria Domenica Mantovani (1862-1934, Itália), co-fundadora e primeira Superiora Geral do Instituto das Pequenas Irmãs da Sagrada Família; à intercessão de Michele McGivney, sacerdote diocesano (1852-1890, EUA), fundador da Ordem dos Cavaleiros de Colombo; à intercecessão de Pauline Maria Jaricot (1799-1862, França), fundadora das Obras do “Conselho de Propagação da Fé” e do “Rosário Vivo”.

Outros decretos dizem respeito ao martírio de Simeone Cardon e cinco Companheiros, professos religiosos da Congregação Cisterciense de Casamari (Itália), assassinados entre 13 e 16 de maio de 1799 por tropas francesas; ao martírio de Cosme Spessotto (Itália), religioso franciscano morto em San Juan Nonualco (El Salvador), por ódio à fé, a 14 de junho de 1980; – às virtudes heroicas de Melchiorre Maria de Marion Brésillac (1813-1859, França), fundador da Sociedade das Missões Africanas, que morreu em Freetown (Serra Leoa) em 25 de junho de 1859.

OC

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Agência ECCLESIA

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