Vaticano: «Ato de migrar deveria ser sempre uma escolha livre» – Francisco

«Livres de escolher se migrar ou ficar» é o título da Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, celebrado no próximo dia 24 de setembro

Cidade do Vaticano, 11 mai 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco defende na sua Mensagem para Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, a celebrar a 24 de setembro, que «o ato de migrar deveria ser sempre uma escolha livre».

“O ato de migrar deveria ser sempre uma escolha livre, mas realmente, ainda hoje, em muitos casos não o é. Conflitos, desastres naturais ou, simplesmente, a impossibilidade de levar uma vida digna e próspera na própria terra natal obrigam milhões de pessoas a partir”, pode ler-se na Mensagem divulgada hoje pela Santa Sé.

A Mensagem do 109º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, evocado no último domingo de setembro, este ano a 24 de setembro, tem como título “Livres de escolher se migrar ou ficar”, e Francisco ajuda na “leitura da realidade” e reforça a liberdade “que deveria animar a escolha de deixar a própria terra”.

“Os migrantes fogem por causa da pobreza, do medo, do desespero. Para eliminar estas causas e assim acabar com as migrações forçadas, é necessário o empenho comum de todos, cada qual segundo as próprias responsabilidades; empenho esse, que começa por nos perguntarmos o que podemos fazer, mas também o que devemos deixar de fazer”, defende.

O Papa pede ainda um esforço conjunto de cada país e da Comunidade Internacional para “a possibilidade de viver em paz e com dignidade”.

“Ao aproximar-nos do Jubileu de 2025, é bom recordar este aspeto das celebrações jubilares. É necessário um esforço conjunto de cada país e da Comunidade Internacional para assegurar a todos o direito de não ter que emigrar, ou seja, a possibilidade de viver em paz e com dignidade na própria terra”.

Francisco aponta ainda que para a migração ser “uma escolha verdadeiramente livre tem de haver garantia de “participação equitativa no bem comum, o respeito dos direitos fundamentais e o acesso ao desenvolvimento humano integral”.

Nesta Mensagem o Papa pede “melhor acompanhamento e gestão” dos fluxos migratórios, “construindo pontes e não muros”, “alargando os canais para uma migração segura e regular”.

“O percurso sinodal, que empreendemos como Igreja, leva-nos a ver, nas pessoas mais vulneráveis – e entre elas contam-se muitos migrantes e refugiados –, companheiros de viagem especiais, que havemos de amar e cuidar como irmãos e irmãs”, conclui.

O texto conclui-se com uma oração.

SN

Oração

Deus, Pai Omnipotente,
dai-nos a graça de nos empenharmos diligentemente
em favor da justiça, da solidariedade e da paz,
para que a todos os vossos filhos seja assegurada
a liberdade de escolher se migrar ou ficar.
Dai-nos a coragem de denunciar
todos os horrores do nosso mundo,
de lutar contra toda a injustiça
que desfigura a beleza das vossas criaturas
e a harmonia da nossa casa comum.

Amparai-nos com a força do vosso Espírito,
para que possamos manifestar a vossa ternura
a cada migrante que colocais no nosso caminho
e espalhar nos corações e em todos os ambientes
a cultura do encontro e do cuidado.

 

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Agência ECCLESIA

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