Francisco pede que católicos rezem pela «reconciliação e concórdia», face a ameaça de conflito
Cidade do Vaticano, 26 jan 2022 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje à oração pela paz na Ucrânia, no dia em que convocou uma jornada mundial por esta intenção, defendendo o diálogo para evitar um cenário de guerra.
“Que as orações e súplicas, que hoje se elevam ao Céu, toquem as mentes e os corações dos responsáveis na terra, para que façam prevalecer o diálogo, e o bem de todos seja colocado acima dos interesses particulares. Por favor, nunca a guerra”, disse, no final da audiência pública semanal que decorreu no Auditório Paulo VI, do Vaticano.
Francisco manifestou no último domingo a sua preocupação com o aumento da tensão entre a Ucrânia e a Rússia, convocando para esta quarta-feira um dia mundial de oração pela paz.
“Peçamos ao Senhor com insistência que aquela terra possa ver florescer a fraternidade e superar feridas, medos e divisões”, pediu esta manhã.
O Papa, que tinha evocado o Holocausto, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), evocou os mais de cinco milhões de ucranianos que “foram aniquilados, durante o tempo da última guerra”.
“É um povo sofredor, sofreu a fome, tantas crueldades, e merece a paz”, acrescentou.
Rezemos pela paz com o Pai Nosso: é a oração dos filhos que se dirigem ao mesmo Pai, é a oração que nos faz irmãos, é a oração dos irmãos que imploram reconciliação e concórdia”.
Francisco convidou os católicos a rezar pela paz na Ucrânia “muitas vezes, durante este dia”.
A Conferência Episcopal Portuguesa convidou as dioceses e organismos católicos do país a unir-se à jornada de oração pela paz, “na solidariedade fraterna com o povo ucraniano e com os cristãos e os bispos da Ucrânia”.
A Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, por exemplo, vai unir-se a todas as Dioceses do País num momento de oração, às 18h00, na Igreja da Memória, em Lisboa.
Também o Santuário de Fátima anunciou que, em todas as celebrações deste dia, se vai rezar “explicitamente pela paz”.
A NATO tem reforçado a ajuda militar à Ucrânia e a Rússia tem estacionados cerca de 100 mil soldados nas fronteiras com este país.
Após a revolução pró-ocidental de 2014, em Kiev, Moscovo anexou a região da Crimeia, apoiando ainda movimentos separatistas nas províncias de Donetsk e Luhansk.
Estima-se que o conflito tenha provocado mais de 13 mil pessoas, nos últimos anos, obrigado à deslocação de milhões de pessoas.
OC