Primeiro momento de recolhimento decorre, simbolicamente, entre a conversão de Paulo e a morte de Pedro

Cidade do Vaticano, 08 mai 2025 (Ecclesia) – O primeiro momento de recolhimento do Papa eleito hoje no Conclave decorre entre os apóstolos Pedro e Paulo, que Miguel Ângelo pintou na Capela Paulina.
A conversão de São Paulo à fé cristã e a morte de São Pedro, apóstolo de que todos os Papas são sucessores e que, à semelhança de Cristo, foi crucificado, embora de cabeça para baixo, foram pintadas nas paredes laterais da capela, em lados opostos, entre 1542 e 1550.
Na cena de São Paulo “prevalece o sentido de pânico por causa da forte luz lançada do alto pela mão de Cristo em direção a Saulo, que cai por terra, com o braço esquerdo erguido protegendo o rosto, e ao lado o cavalo que se empina, enquanto quem está ao lado olha com espanto para o céu”, descreve o Vaticano.
A procissão dos cardeais em direção à Capela Sistina para o início do Conclave começou na Capela Paulina, obra renascentista que Antonio da Sangallo construiu entre 1537 e 1540, por ordem do Papa Paulo III.
Durante a celebração da reabertura da Capela Paulina em 2009, após um ciclo de restauro, Bento XVI interpretou a expressão do rosto de São Pedro e São Paulo.
“É como se Pedro, na hora da prova suprema, buscasse aquela luz que doou a verdadeira fé a Paulo. Eis então que neste sentido os dois ícones podem se tornar os dois atos de um único drama: o drama do Mistério Pascal: cruz e ressurreição, morte e vida, pecado e graça”, sublinhou.
Na Praça de São Pedro, a banda filarmónica dos ‘carabinieri’, a polícia da Itália, tocou alguns trechos dos hinos da Itália e do Vaticano, antecipando a chegada do novo Papa, cuja eleição foi anunciada pelo fumo branco às 18h08 (menos uma em Lisboa).
A Guarda Suíça Pontifícia, forças de segurança e militares da Itália trocam cumprimentos, como sinal da proximidade entre os dois Estados.
O sucessor de Francisco faz uma primeira intervenção na varanda central da Basílica de São Pedro, seguindo a tradição iniciada por Pio XI em 1922, após o anúncio oficial aos presentes na praça, com as palavras ‘habemus Papam’.
OC