Vaticano: nova legislação contra o crime financeiro garante «transparência»

Leis promulgadas pelo Papa têm um grande significado «moral e pastoral», diz o padre Federico Lombardi

O porta-voz do Vaticano disse hoje que a nova legislação sobre crimes financeiros e lavagem de dinheiro, promulgada por Bento XVI, é um passo significativo para garantir uma total “transparência, honestidade e responsabilidade”.

O Papa criou esta Quinta-feira a “Autoridade para a Informação Financeira”, um organismo especial para prevenir e combater o branqueamento de capitais e vigiar as operações financeiras da Santa Sé.

“A promulgação das novas leis reveste-se de um significado moral e pastoral de longo alcance”, afirmou padre Federico Lombardi, director da sala de imprensa da Santa Sé.

Para o porta-voz do Vaticano, esta legislação responde à necessidade de prevenir os “riscos contínuos que estão inevitavelmente ligados à movimentação de dinheiro”.

O sacerdote diz que é preciso evitar “erros” que, rapidamente, se podem tornar motivo de “escândalo” na opinião pública.

Numa declaração transmitida pela «Rádio Vaticano», o padre Lombardi explicou que as novas regras se aplicam a todas as organizações ligadas à Igreja Católica.

O porta-voz do Vaticano diz que existia a “necessidade urgente” de criar um novo quadro de revisão e partilha de informação entre os vários corpos que existem para combater actividades criminosas no campo económico e financeiro.

“Hoje, 30 de Dezembro, o Papa assinou um documento de um género algo insólito, para ele, mas de grande coragem e grande significado moral e espiritual. É uma bela maneira de concluir este ano, com um passo concreto na direcção da transparência e da credibilidade”, conclui o padre Lombardi.

A legislação sobre lavagem de dinheiro entra em vigor no dia 1 de Abril de 2011 e abre as portas para a entrada do Vaticano na chamada “lista branca” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), que inclui os Estados que respeitam as normas contra branqueamento de capitais.

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