Vaticano: Papa lembrou os «homens e mulheres perseguidos, às vezes até à morte», por causa do Evangelho

Francisco afirmou que «Deus perdoa sempre», na Festa de Santo Estêvão, primeiro mártir da Igreja

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 26 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco assinalou hoje a festa do primeiro mártir da Igreja, Santo Estêvão, e lembrou que os “muitos homens e mulheres perseguidos, às vezes até à morte, por causa do Evangelho”, em várias partes do mundo.

“Eles não se deixam executar por fraqueza, nem para defender uma ideologia, mas para tornar todos participantes do dom da salvação. E fazem isso, em primeiro lugar, precisamente para o bem dos seus carrascos, e rezam por eles”, disse o Papa, um dia depois do Natal, desde a janela do apartamento pontifício, onde presidiu à recitação do ângelus.

Francisco destacou o exemplo “belíssimo” do Beato Christian de Chergé, “um mártir” deste tempo”, – um dos sete monges trapistas da Ordem Cisterciense da Estrita Observância raptados e assassinados em Tibhirine (Argélia), deu origem ao filme ‘Dos homens e dos deuses’ – que chamava o seu futuro assassino de ‘amigo do último minuto’”.

Aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco pediu para se perguntarem se sentem “o desejo de que todos conheçam a Deus e sejam salvos”: “Sei querer o bem até mesmo daqueles que me fazem sofrer? Interesso-me e rezo por tantos irmãos e irmãs perseguidos por causa da fé?”

“Infelizmente, ainda hoje, há em várias partes do mundo muitos homens e mulheres perseguidos, às vezes até à morte, por causa do Evangelho. Também para eles vale o que dissemos sobre Estêvão.”

Francisco explicou que, “logo após o Natal”, neste dia 26 de dezembro, a liturgia da Igreja Católica celebra a festa de Santo Estêvão, o primeiro mártir, “o relato do seu apedrejamento”, nos Atos dos Apóstolos, conta que “ao morrer, reza pelos seus algozes”, como homem verdadeira livre.

“Ainda que à primeira vista Estêvão pareça sofrer impotentemente uma violência, na realidade, como um homem verdadeiramente livre, ele continua a amar até mesmo os seus assassinos e a oferecer sua vida por eles, como Jesus na cruz, oferece a sua vida para que se arrependam e, perdoados, possam receber o dom da vida eterna”, desenvolveu.

Foto: Vatican News

Segundo o Papa, o diácono Estêvão aparece como testemunha “daquele Deus que tem um único e grande desejo”: «que todos os homens sejam salvos» e que ninguém se perca”.

O primeiro mártir da Igreja, Santo Estêvão, acrescentou o Papa, “é testemunha daquele Pai que quer o bem e apenas o bem para cada um de seus filhos, e sempre”, um pai que não exclui ninguém, que nunca se cansa de procura-los e de “acolhe-los novamente quando, após se afastarem, retornam arrependidos”.

“Deus perdoa sempre, e Deus perdoa tudo”, salientou.

Após a recitação do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício, Francisco apoiou a campanha da Cáritas Internacional pelo perdão da dívida dos países, deixou uma mensagem aos judeus pelo Hanukkah, e lembrou o Ano Santo, nomeadamente a segunda porta santa do Jubileu 2025, que abriu, na manhã desta quinta-feira, na prisão de Rebibbia, em Roma.

CB

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