Francisco recebeu religiosos da família calasanziana, dedicados à «educação integral» dos jovens pobres, a quem pediu inteligência da mente, do coração e das mãos nos processos educativos
Cidade do Vaticano, 28 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje aos religiosos da família Calasanziana, que desenvolvem um carisma educativo, que não receiem caminhos novos para responder aos pobres, prosseguindo um modelo de “crescimento integral da pessoa”.
“A grande novidade das Escolas Pias foi ensinar aos jovens pobres, juntamente com as verdades da fé, as matérias da educação geral, integrando a formação espiritual e intelectual para preparar adultos maduros e capazes”, focou o Papa nas palavras que dirigiu, numa audiência, aos religiosos da família Calasanziana, por ocasião do 75º aniversário da sua fundação.
Francisco recordou a inspiração de São José Calasanz que dedicou a sua vida à educação dos jovens, “especialmente dos jovens e dos pobres,” e abriu uma obra que se estendeu a quatro continentes, consequência da coragem de se deixar envolver pelas necessidades do próximo”.
“Isto é muito bonito, e gostaria de vos convidar também a manter, nas vossas escolhas, a mesma abertura e disponibilidade, sem calcular demasiado, superando medos e hesitações, sobretudo diante das muitas novas pobrezas dos nossos dias”, pediu.
“Não tenhais medo de vos aventurar, para responder às necessidades dos pobres, por caminhos diferentes dos percorridos no passado, mesmo à custa de rever esquemas e redimensionar expectativas. É neste abandono confiante que estão as vossas raízes e, permanecendo fiéis a elas, manterão vivo o vosso carisma”, acrescentou.
Francisco assinalou a importância das «três inteligências» – da mente, do coração e das mãos.
“Hoje é muito urgente ajudar os jovens a fazer esta espécie de síntese, de unidade harmónica das três inteligências, a ‘fazer a unidade’ em si mesmos e com os outros, num mundo que os empurra cada vez mais na direção da fragmentação dos sentimentos e dos conhecimentos e do individualismo nas relações”, traduziu.
A concluir a audiência, o Papa quis ainda assinalar o “caminhar junto” da obra que realizam, onde juntam “homens e mulheres, consagrados e consagradas, leigos e leigas”, que procuram “escutar o Espírito” e “unir esforços” para “partilhar experiências, numa rede de caridade ao serviço dos irmãos e irmãs”.
“É o estilo de Jesus e é também o estilo da Igreja”, indicou.
LS