Presidente da República associou-se a iniciativa que homenageia primeiro santo português
Valença, 24 out 2018 (Ecclesia) – Uma comitiva do Concelho de Valença esteve hoje no Vaticano para entregar ao Papa uma imagem de São Teotónio, considerado o primeiro santo português.
O presidente da República associou-se ao gesto, evocando um “santo padroeiro de Portugal”.
“Fomos e somos importantes porque fomos sempre fiéis à nossa história, aos nossos costumes e àquilo que nos define. Somos conhecidos por todo o mundo. E começou aqui, na vossa capacidade de luta e na vossa capacidade de acreditar e também na inspiração de São Teotónio que, curiosamente, acabou por ser alguém próximo do começo da nossa nacionalidade”, refere Marcelo Rebelo de Sousa, num texto divulgado pelo Município de Valença.
A autarquia da região do Alto Minho explica a iniciativa com o objetivo “de promover a figura e o legado daquele que é considerado a figura maior do concelho e uma referência para a fundação de Portugal”.
A delegação em Roma era constituída, entre outros, pelo padre Manuel Pereira do Vale, arcipreste de Valença, pela Diocese de Viana do Castelo; o presidente da Câmara Municipal de Valença, Jorge Salgueiro Mendes; e o deputado Luís Campos Ferreira.
O encontro aconteceu após a audiência pública semanal, na Praça de São Pedro; Francisco recebeu uma representação do santo português em metal, com cerca de 40 centímetros de altura e 10 de largura.
Trata-se de uma réplica da estátua de São Teotónio que está colocada no Largo da Tardinhade, em Ganfei, da autoria do escultor José Rodrigues.
São Teotónio nasceu em Ganfei (Valença do Minho) no ano 1082 e foi educado na fé cristã desde a infância.
Depois de ordenado sacerdote, foi nomeado prior da igreja da Sé de Viseu, fez duas peregrinações à Terra Santa e no regresso da segunda peregrinação fundou o mosteiro da Santa Cruz em Coimbra.
O primeiro santo do novo país morreu em 1162 e a sua canonização foi aprovada e celebrada pelo Papa Alexandre III em 1163.
A autarquia de Valença recorda esta figura também como “o padroeiro dos cristãos escravizados, por ter amparado1000 moçárabes, capturados numa incursão à Andaluzia por D. Afonso Henriques”.
Uma “figura maior” pelo muito que contribuiu para a “nacionalidade” portuguesa e para a “fundação do país”, pode ler-se.
A iniciativa evoca São Teotónio, nascido cerca de 1082 no concelho de Valença do Minho e que morreu em 1162, depois de ter estado ligado ao primeiro rei português, D. Afonso Henriques, no estabelecimento e consolidação da nacionalidade.
São Teotónio é padroeiro principal da Diocese de Viseu e padroeiro secundário da Diocese de Viana do Castelo e da cidade de Coimbra.
É visto também como uma figura essencial na reforma da vida religiosa do então Reino de Portugal, que viu o seu culto difundido no país e no exterior sobretudo pelos religiosos agostinianos, ou seja, ligados à regra de Santo Agostinho.
JCP/OC
Notícia atualizada às 12h45