Cidade do Vaticano, 16 nov 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje para a “mundanidade” que faz com que as pessoas abdiquem da sua “identidade” tornando-as “iguais a todos”.
“Começa de uma raiz, mas é pequena, e termina na abominação da desolação, na perseguição, este é o engano da mundanidade”, disse Francisco, na Eucaristia matinal a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta.
Neste contexto, o Papa assinalou que o pedido de Jesus na última ceia – «Pai, não te peço que os tire do mundo, mas que os proteja do mundo – de uma mentalidade e humanismo que “toma o lugar do homem verdadeiro, Jesus”, e “tira a identidade cristã e leva ao pensamento único”.
Para Francisco, cada um deve questionar como é a sua identidade – “Cristã ou mundana?” – no tempo do ‘Todos fazem assim, por que não nós?’.
“Declaro-me cristão porque em criança fui batizado ou nasci num país cristão, onde todos são cristãos? A mundanidade que entra lentamente cresce, justifica-se e contagia como aquela raiz, e tantos males vêm dali”, comentou.
Para Francisco, esta raiz descreve-se como algo que “não se vê mas depois cresce e mostra a própria realidade” e porque a mundanidade é fazer aquilo que faz o mundo, como aconteceu com muitos israelitas que “renegaram a fé e se afastaram da aliança sagrada”, sacrificando aos ídolos, profanaram o sábado, queimaram os livros da lei.
“Na história da Igreja penso num caso, que foi mudado o nome das festas religiosas. O Natal do Senhor tem outro nome para cancelar a identidade”, contextualizou.
O Papa assinalou que a liturgia, nos últimos dias do ano litúrgico, “exorta” a prestar atenção às “raízes venenosas que afastam do Senhor”.
Por isso, no final da homilia da Eucaristia de hoje, Francisco incentivou que todos peçam ao Senhor pela Igreja para que a “proteja de todas as formas de mundanidade”.
“Que o Senhor nos dê a graça de manter e proteger a nossa identidade cristã contra o espírito da mundanidade que sempre cresce, se justifica e contagia”, acrescentou.
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