Vaticano: Mulheres de combatentes ucranianos pedem ajuda ao Papa

Encontro, após audiência geral de quarta-feira, juntou também Francisco com vietnamita, autor da fotografia da menina atingida com napalm, em 1972

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 12 mai 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco encontrou-se esta quarta-feira, depois da audiência geral, com duas esposas de dois comandantes ucranianos que se encontram na Ucrânia, “barricados na siderúrgica Azovstal em Mariupol”.

“Esperamos que esse encontro nos dê uma oportunidade de salvar suas vidas. Estamos todos prontos para ajudá-los, espero. Faremos tudo o que pudermos para salvá-los”, afirmou Yulya Fedosiuk, uma das esposas, em declarações aos jornalistas após o breve encontro com o Papa.

Também Katheryna Prokopenko falou num “momento histórico”, que foi o encontro com Francisco e manifestou a “esperança e o apelo para que os combatentes possam ser “evacuados para países dispostos ao acolhimento”, cita o Vatican News.

“Nós os seguiremos, depois queremos retornar à nossa Ucrânia”, sublinhou Yulya Fedosiuk.

A siderúrgica de Azovastal, em Mariupol transformou-se num campo de batalha nas últimas semanas com ataques das forças russas, tendo sido possível a retirada de algumas pessoas deste local, durante os últimos dias, mas a permanência da população, barricada no local, continua a ser preocupante.

Katheryna Prokopenko e Yulya Fedosiuk, esposas de dois comandantes do Batalhão Azov, naturais de Kiev e Lviv, pararam no Vaticano a caminho da Alemanha e falaram aos jornalistas “em nome das cerca de 500 esposas dos soldados da Azovstal”.

“Os nossos corações estavam partidos. Eu não posso nem explicar o que eu senti naquele momento. Eu estava um pouco nervosa, porque é um momento histórico e todos esperamos que possa ajudar a salvar a vida de nossos maridos e soldados de Azovstal”, manifestaram.

Foto: Vatican News

A audiência geral desta quarta-feira foi também ocasião de encontro do Papa Francisco com o fotógrafo Nick Ut e menina vietnamita atingida por napalm, em 1972, Kim Phuc.

Numa manifestação de “não à guerra”, era um “sonho” entregar este documento ícone ao Papa.

“Encontrei a fé no Cristianismo e isso me ajuda. Penso que seja graças a Deus que ainda estamos vivos. A dor física e os sinais carrego-os ainda sobre a pele, mas a dor emotiva e espiritual foi ainda mais difícil de enfrentar”, declarou Kim Phuc à imprensa italiana.

Na foto, datada de 8 de junho de 1972, Kim tem nove anos, e a fotografia que foi reconhecida com o prémio Pulitzer em 1973, tornou-se um símbolo dos atos cometidos na guerra do Vietname, ocorrida entre 1955 e 1975.

Nick Ut, que vive nos Estados Unidos da América, após a data da fotografia, não voltou a encontrar Kim, há alguns dias, em Milão, por ocasião de uma mostra «From Hell to Hollywood”.

O Vatican News adianta que Kim passou por 17 operações decorrentes dos efeitos da bomba e indica que foi o próprio fotógrafo, Nick Ut, que a terá transportado para o hospital, onde terá ficado internada 14 meses.

LS

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