Cura inexplicável de feto atribuída à intercessão do futuro beato, autor da encíclica «Humanae Vitae»
Cidade do Vaticano, 18 out 2014 (Ecclesia) – O milagre atribuído à intercessão do Papa Paulo VI, que abriu caminho à sua intercessão, foi a cura de um feto gravemente doente, ocorrida em 2001 nos Estados Unidos da América.
Segundo o postulador da causa de canonização, o padre Antonio Marrazzo, a cura inexplicável à luz da ciência atual é mais um sinal do futuro beato que se distinguiu pela “defesa da vida”, dado que a jovem mãe norte-americana recusou abortar e recorreu à intercessão de Paulo VI ao saber que evolução do feto estava “gravemente comprometida”.
Dez semanas após orações ao Papa que publicou a encíclica ‘Humane Vitae’ houve uma remissão espontânea da patologia.
A identidade dos pais e da criança, hoje com 13 anos, não foi divulgada pelo Vaticano, a pedido da família, que não estará na beatificação para manter a sua privacidade, mas o postulador da causa de canonização revelou que este é “um rapaz saudável”, “normal e tranquilo".
O padre Marrazzo sublinhou em conferência de imprensa que Giovanni Battista Montini (1897-1978), o Papa Paulo VI, se referiu à defesa da vida humana na sua última homilia (29 de junho de 1978), quando assinalava o 15.º aniversário de coroação.
“Nós, que consideramos como nossa missão concreta a absoluta fidelidade aos ensinamentos do Concílio [Vaticano II], fizemos da defesa da vida programa do nosso pontificado, em todas as formas em que pode ser ameaçada, perturbada e mesmo suprimida”, escreveu o futuro beato, que foi eleito Papa a 21 de junho de 1963 e faleceu a 6 de agosto de 1978.
A biografia oficial do Vaticano para a cerimónia de beatificação, este domingo, recorda que “Paulo VI defendeu os valores da família e da vida contra o divórcio e o aborto”.
A relíquia que vai ser apresentada na Missa, presidida pelo Papa Francisco a partir das 10h30 (menos uma em Lisboa), é um fragmento ensanguentado da camisa que Paulo VI vestia quando sobreviveu a uma tentativa de assassínio em 1970, no aeroporto de Manila, nas Filipinas, perpetrada por um pintor surrealista boliviano.
A fotografia da tapeçaria oficial é da autoria de Pepi Merisio, que acompanhou todo o pontificado, e retrata o futuro beato de pé, sorridente, com as mãos para o céu.
O corpo de Paulo VI vai continuar nas Grutas do Vaticano, na mesma sepultura que tem ocupado.
OC