Vaticano: Milagre atribuído à intercessão de Paulo VI abre caminho à beatificação

Giovanni Battista Montini (1897-1978) foi o primeiro Papa a visitar Portugal

Cidade do Vaticano, 06 mai 2014 (Ecclesia) – A Congregação para a Causa dos Santos, da Santa Sé, aprovou hoje por unanimidade um milagre atribuído à intercessão do Papa Paulo VI, anunciou o portal de notícias do Vaticano.

O prefeito deste dicastério, cardeal Angelo Amato, deverá encontrar-se com o Papa Francisco para a promulgação do decreto, o que poderá ocorrer ainda nesta sexta-feira, acrescenta o ‘news.va’.

O mesmo portal adianta como data possível para a beatificação o dia 19 de outubro, data da conclusão do Sínodo Extraordinário sobre a Família.

O milagre está relacionado à cura de um feto, ocorrida em 2001 nos Estados Unidos da América, e foi proposto pelo postulador da Causa, Antonio Marrazzo: trata-se da história de uma mulher, que durante a gravidez, descobriu um grave problema cerebral no feto.

A jovem recusou abortar e rezou a Paulo VI: “a criança nasceu sem problemas” e os médicos consideraram seu nascimento “um facto verdadeiramente extraordinário e sobrenatural”, disse Marazzo à Rádio Vaticano.

O agora Papa emérito Bento XVI assinou a 20 de dezembro de 2012 o decreto reconhecendo as “virtudes heroicas” de Paulo VI, declarando-o “venerável”.

Esta é uma etapa do processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, e permite que, após o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do Papa italiano, tenha lugar a sua beatificação, penúltima etapa para a declaração da santidade.

Entre os nove Papas que a Igreja Católica teve no século XX há, neste momento, três santos: Pio X, João XXIII e João Paulo II; os dois últimos foram canonizados por Francisco no último dia 27 de abril.

A canonização, ato reservado à Santa Sé desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, de que um fiel católico é digno de culto público universal e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini nasceu a 26 de setembro de 1897 na Lombardia, Itália, e foi ordenado padre em 1920, tendo entrado ao serviço diplomático da Santa Sé.

Nomeado arcebispo de Milão em 1953, foi criado cardeal em dezembro de 1958, por João XXIII, a quem viria a suceder, cinco anos depois, já com o Concílio Vaticano II (1962-1965) em andamento, tendo-lhe dado continuidade.

Entre 1964 e 1970, Paulo VI fez nove viagens internacionais, as primeiras de um Papa moderno, incluindo a passagem por Fátima a 13 de maio de 1967.

O Papa italiano escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968), sobre a regulação da natalidade, e a ‘Populorum progressio’ (1967), sobre o desenvolvimento dos povos; assinou ainda a exortação apostólica ‘Evangelii nuntiandi’ (1975), sobre a evangelização no mundo contemporâneo, e discursou na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, a 4 de outubro de 1965.

Paulo VI morreu no dia 6 de agosto de 1978.

OC

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Agência ECCLESIA

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