Vaticano: Lidar com mudanças climáticas «é uma questão de justiça, respeito e dignidade»

Responsável da Santa Sé pelas Relações com os Estados antecipa COP21 de Paris

Lisboa, 26 nov 2015 (Ecclesia) – O secretário do Vaticano para as Relações com os Estados espera que a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que vai decorrer em Paris, seja um ponto de partida para um novo modelo de desenvolvimento humano e económico.

Num artigo publicado no jornal ‘L’Osservatore Romano’, D Paul Richard Gallagher sublinha que não estão apenas em causa “aspetos científicos, ambientais ou socioeconomicos mas também é sobretudo ético-morais”, uma vez que da minimizarão dos efeitos estufa depende o bem-estar de todos os seres humanos.

“Neste sentido, a mudança climática torna-se uma questão de justiça, respeito e dignidade”, realça o arcebispo inglês, que cita a encíclica ‘Caritas in veritate’, do agora Papa emérito, Bento XVI, para apelar a uma “profunda e clarividente revisão dos modelos de desenvolvimento e dos estilos de vida”.

De modo a que a principal prioridade seja o “desenvolvimento humano integral”, complementa.

A Cimeira do chamado COP21 decorre em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro e D. Paul Richard Gallagher realça que o que está em causa “é adoptar um acordo, que inclua todos os países, com a finalidade de restabelecer um equilíbrio entre as emissões globais de gases de efeito estufa e a capacidade que a Terra tem de as absorver”.

Contudo, “não faltam divergências entre os Estados sobre o modo como tornar claro e eficaz” este objetivo.

Sobretudo por causa do “nível de ambição dos compromissos assumidos pelos Estados, das modalidades e da periodicidade dos controles do cumprimento de tais compromissos, dos critérios que devem ser adoptados para uma diferenciação entre os próprios Estados, do financiamento e da transferência de tecnologias”.

Divergências que o responsável da Santa Sé para as Relações com os Estados espera ver debatidas e harmonizadas, tendo sempre em conta que a cimeira “não representa um ponto de chegada” mas” uma etapa importante” da qual poderá sair “ um sinal significativo, que oriente as pesquisas dos próximos anos para o fortalecimento das tecnologias e das capacidades de enfrentar adequadamente os desafios das mudanças climáticas”.

JCP

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