Vaticano lembra Paulo VI

O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, apresenta na sua edição desta Quinta-feira o texto do Cardeal Giovanni Battista Re, na homilia da Missa de comemoração dos trinta anos do falecimento do Papa Paulo VI, que ontem decorreu na Basílica de São Pedro. O membro da Cúria Romana lembrou “uma morte que pareceu inesperada aos olhos do mundo, mas que era aguardada com muita consciência e grande serenidade”. “Até ao último momento ele quis continuar a servir com amor, sem se subtrair em nada aos próprios compromissos. A sua morte foi um testemunho de amor e de fidelidade”, indicou. Para o Cardeal Re, a exemplo de São Paulo”, “Paulo VI foi um apaixonado de Cristo. Mais ainda: podemos dizer que o seu espírito foi o espírito do apóstolo Paulo, que se pode sintetizar num nome: Jesus Cristo. Para mim, viver é Cristo!”. Por outro lado, uma “spiritualidade cristocêntrica assinalou profundamente o seu modo de conceber o serviço petrino”. Foi com profunda convicção que ele indicou que o segredo para concretizar a “actualização” (aggiornamento) querido pelo Concílio “consistia antes de mais em colocar interiormente o espírito numa atitude de obediência a Cristo”. “Como Papa, ele viveu e proclamou a fé com incansável solicitude e defendeu corajosamente a sua integridade e pureza. Aproveitou todas as oportunidades para dar a conhecer a Palavra de Deus e o pensamento da Igreja. Como o apóstolo Paulo, ele foi evangelizador pelas estradas do mundo”, disse. Sensível às ânsias e inquietações do homem moderno, foi um Papa do diálogo, atento a nunca fechar as portas ao encontro. “Para Paulo VI, o diálogo era expressão do espírito evangélico que procura aproximar-se de todos, a todos fazer-se compreender, inspirando um estilo de convivência caracterizado pela abertura recíproca e pelo pleno respeito da justiça, na solidariedade e no amor. Diálogo também com o errante, a fim de obter a sua emenda de vida”, indicou. O Cardeal Re concluiu a sua homilia na Missa de sufrágio pelo Papa Paulo VI, a 30 anos do falecimento, evocando a grandes pinceladas “algumas iniciativas e alguns gestos” que ainda hoje merecem ser recordados: Foi o primeiro Papa a deslocar-se à Palestina, (de onde viera São Pedro). Foi também o primeiro Papa a intervir na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Aboliu a corte pontifícia e a renunciou à tiara, depondo-a ele próprio, a 13 de Novembro de 1964, para a doar aos pobres. Paulo VI quis que no Vaticano se adoptasse um estilo de vida mais simples. Reformou e internacionalizou a Cúria Romana, tornando-a mais eficiente e mais pastoral.

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Agência ECCLESIA

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