«Os Papas passam, a Cúria permanece», afirmou o Papa no encontro com os colaboradores da Cúria Romana e suas famílias, sublinhando o trabalho da instituição que «conserva e transmite a memória histórica de uma Igreja

Cidade do Vaticano, 24 mai 2025 (Ecclesia) – Leão XIV recebeu hoje os colaboradores do Vaticano, agradeceu o trabalho que realizam na transmissão da “memória histórica” da Igreja” e pediu-lhes para colaborar na “grande causa da unidade”, sublinhando a “dimensão missionária da Cúria”, a começar pelo Papa.
“A experiência da missão faz parte da minha vida, e não só como batizado, como todos nós cristãos, mas porque, como religioso agostiniano, fui missionário no Peru, e no meio do povo peruano amadureci a minha vocação pastoral. Não tenho palavras para agradecer ao Senhor por este dom! Depois, o chamamento para servir a Igreja aqui na Cúria Romana foi uma nova missão, que partilhei convosco nestes últimos dois anos. E agora continuo-a e continuá-la-ei, enquanto Deus quiser, neste serviço que me foi confiado”, afirmou o Papa.
Leão XIV recordou os seus antecessores e os documentos que publicaram para reformar a Cúria Romana na “perspetiva da evangelização”, sublinhando a “dimensão missionária da Cúria e de todas as instituições ligadas ao ministério petrino”.
Na audiência aos oficiais da Cúria Romana, empregados da Santa Sé e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano e do Vicariato de Roma, o Papa apontou como objetivo comum “servir a comunhão, a unidade, na caridade e na verdade”.
“O Senhor deu a Pedro e aos seus sucessores esta tarefa, e todos vós, de diferentes maneiras, colaborais nesta grande obra. Cada um dá o seu contributo realizando o seu trabalho quotidiano com empenho e também com fé, porque a fé e a oração são como o sal para a comida, dão sabor”, afirmou.
Se todos temos de colaborar na grande causa da unidade e do amor, procuremos fazê-lo, antes de mais, através do nosso comportamento nas situações quotidianas, começando também pelo local de trabalho”.
Para Leão XIV cada um “pode ser um construtor de unidade com as suas atitudes em relação aos colegas, superando os inevitáveis mal-entendidos com paciência e humildade, pondo-se no lugar dos outros, evitando preconceitos, e também com uma boa dose de humor”, referiu, lembrando ensinamentos do Papa Francisco.
No primeiro encontro com colaboradores do Vaticano, que decorreu na Aula Paulo VI, o Leão XIV valorizou a colaboração de todos para “ajudar a manter viva a memória da Sé Apostólica” para que “o ministério do Papa possa ser levado a cabo da melhor maneira possível”.
“Os Papa passam, a Cúria permanece”, afirmou Leão XIV, valorizando o trabalho da Cúria enquanto “instituição que conserva e transmite a memória histórica de uma Igreja, do ministério dos seus bispos”, sublinhou.
O Papa lembrou que “a memória é um elemento essencial num organismo vivo”, que “não está apenas direcionada para o passado, mas alimenta o presente e orienta o futuro”.
“Sem memória, o caminho perde-se, perde-se o sentido de orientação”, afirmou.
O Papa lembrou que começou a trabalhar na Cúria Romana há dois anos, quando deixou o Peru e foi nomeado pelo Papa Francisco prefeito do Dicastério para os Bispos – “que mudança!”, exclamou o Papa – e sugeriu uma surpresa maior quando foi escolhido pelo Colégio dos Cardeais, terminando o encontro com um agradecimento “do fundo do coração” a quantos colaboram no Vaticano.
PR