«Estamos a tentar colocar as vítimas e as suas famílias em primeiro lugar», disse o cardeal Seán O’Malley, presidente do organismo


Cidade do Vaticano, 05 jun 2026 (Ecclesia) – Leão XIV recebeu hoje, pela primeira vez, a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores (CPPM), criada por Francisco, em 2024, para debater o trabalho do organismo.
“Estamos a tentar colocar as vítimas e as suas famílias em primeiro lugar”, disse o cardeal Seán O’Malley, presidente do organismo, em entrevista aos meios de comunicação do Vaticano.
O arcebispo emérito de Boston é um dos fundadores da atual CPPM, tendo sublinhando a necessidade de transparência, sentido de responsabilidade e formação como prioridades da Igreja.
Em comunicado, após uma hora de reunião com o Papa, os membros da CPPM anunciam que esta em preparação um novo guia (vademécum) sobre compensações financeiras, “fruto das experiências vividas pelas vítimas e sobreviventes”, que visa “orientar as Igrejas locais a responder com justiça e compaixão”.
O cardeal Seán O’Malley elogiou o papel dos meios de comunicação para “dar a conhecer estas questões às pessoas”.
“Certamente foi um processo muito doloroso, mas importante. Será a verdade que nos libertará, diz o Evangelho”, acrescentou.
O arcebispo norte-americano admitiu que o tem foi visto com “ceticismo” por alguns setores da Igreja Católica, valorizando as intervenções dos últimos Papas “pedindo transparência, pedindo perdão e encontrando-se com as vítimas”.
Em comunicado, a CPPM destacou o trabalho desenvolvido nos últimos anos para apresentar “diretivas universais” sobre a proteção de menores e adultos vulneráveis, “em estreita consulta com os líderes da Igreja, os profissionais da proteção, os sobreviventes de abusos e os agentes pastorais de todo o mundo”.
Leão XIV foi informado sobre os progressos da iniciativa ‘Memorare’, concebido para “apoiar as Igrejas locais, especialmente no sul do mundo, nos seus esforços para proteger os menores e cuidar das vítimas de abuso”.
A CPPM apresentou ainda ao Papa os dados do próximo relatório anual da instituição, que conta com um trabalho desenvolvido com parceiros das Nações Unidas para “melhorar o acesso a dados fiáveis sobre a prevalência de abusos”.
O novo documento vai apresentar análises e observações para 22 países e duas congregações religiosas.
“Reiteramos o compromisso de ouvir, caminhar com as vítimas e os sobreviventes e apoiar todas as comunidades eclesiais nos seus esforços para proteger todo o povo de Deus com compaixão”, conclui o comunicado da CPPM.
OC