Tema central no pontificado de Francisco aponta prioridades na ação da Igreja
Cidade do Vaticano, 13 mar 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco anunciou hoje a realização do 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário centrado no tema da Misericórdia, entre 8 de dezembro e 20 de novembro de 2016.
A abertura do próximo jubileu, o primeiro desde 2000, vai decorrer no 50.º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II e, segundo explica a Santa Sé, em comunicado de imprensa, “adquire um significado particular, impelindo a Igreja a continuar a obra começada com o Vaticano II”.
O Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, responsável pela organização das celebrações deste jubileu, recorda em nota oficial que o Papa tinha afirmado no início de 2015 que se vivia “o tempo da misericórdia”
Durante o jubileu, a passagem evangélica lida nas missas do chamado tempo comum vão ser retiraras do Evangelho segundo São Lucas, que apresenta, entre outras, as parábolas da ovelha perdida ou do filho pródigo.
“Com o Jubileu da Misericórdia, o Papa Francisco coloca no centro das atenções o Deus misericordioso que convida todos a voltar para Ele”, precisa a Santa Sé.
A nota de imprensa realça que este é um tema muito presente no atual pontificado e que já como bispo Jorge Mario Bergolgio tinha escolhido como lema ‘miserando atque eligendo’, que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.
No primeiro ângelus após a sua eleição, há dois anos, Francisco falou da misericórdia como a palavra “muda o mundo”.
Em novembro de 2013, o Papa surpreendeu dezenas de milhares de pessoas reunidas no Vaticano com a sugestão de um ‘medicamento espiritual’ para as suas vidas, distribuído numa caixa própria, a ‘Misericordina’.
Francisco propôs assim a recitação do chamado ‘terço da Divina Misericórdia’, uma devoção católica baseada nas visões de Santa Faustina Kowalska (1905-1938), canonizada por João Paulo II em 2000.
A 11 de janeiro de 2015, no ângelus, o Papa falou na “necessidade” da misericórdia, apelando ao compromisso dos leigos nos vários espaços sociais.
Já na sua mensagem para a Quaresma 2015, Francisco deixou votos de que as paróquias e comunidades católicas se tornem “ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença”.
A palavra ‘misericórdia’ aparece mais de 30 vezes na primeira exortação apostólica do pontificado, ‘Evangelii gaudium’ (A alegria do Evangelho).
OC