Alicia Barrios encontrou-se pela primeira vez com o novo Papa em 1998, quando ele era arcebispo de Buenos Aires
Cidade do Vaticano, 18 mar 2013 (Ecclesia) – A jornalista argentina Alicia Barrios, que acompanha a missão pastoral do Papa Francisco há 15 anos, desde o tempo em que era arcebispo de Buenos Aires, diz que o mundo ganhou “um grande pároco”.
Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, a profissional do jornal diário “Crónica” refere que, além de ser portador de “um grande carisma”, o novo Papa “é um grande administrador, tem mão forte para governar e não delega as suas responsabilidades”.
O tempo em que Francisco esteve à frente da Arquidiocese de Buenos Aires, conta Alicia Barrios, foi marcado por um trabalho de “proximidade com os pobres, os mais carenciados” e também por uma “luta intensa contra a droga, o narcotráfico e a desigualdade económica”.
Segundo a jornalista, estes desafios não dizem apenas respeito ao tecido social argentino mas estão presentes em todo o globo, pelo que as pessoas ganharam “um Papa deste tempo”.
Nascido no meio de uma família humilde, de emigrantes italianos, o Papa argentino formou-se em engenharia química antes de seguir a vocação do sacerdócio.
Membro da Companhia de Jesus, onde exerceu funções de diretor espiritual e confessor, Francisco subiu passo a passo os degraus hierárquicos da Igreja Católica, sobressaindo também enquanto estudioso e professor em áreas como teologia, filosofia, literatura e psicologia.
Liderou durante seis anos a Conferência Episcopal Argentina e foi membro de órgãos como a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
O sucessor de Bento XVI fez também parte do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a América Latina.
Alicia Barrios não tem dúvidas de que Francisco “é a pessoa indicada” para enfrentar os desafios da Igreja, como a secularização, o desgaste provocado pelos casos de pedofilia e abusos sexuais envolvendo membros do clero, a renovação da Cúria Romana, a necessidade de uma nova evangelização na Europa, e que encarará a sua missão sempre num registo de “grande proximidade”, com as pessoas.
“Ao mesmo tempo é preciso não esquecer que Francisco, em Buenos Aires, foi também um grande líder no diálogo inter-religioso, sobretudo com a comunidade judaica, é uma pessoa de diálogo e não vai tolerar nenhuma situação de discriminação”, sublinha a jornalista.
A repórter do jornal “Crónica” voltou a encontrar-se com o cardeal Jorge Mario Bergoglio, agora Papa, este sábado no Vaticano durante o encontro que Francisco promoveu com cerca de cinco mil profissionais da comunicação social de todo o mundo.
JCP