Concílio foi visto como oportunidade de mudança para a Igreja, num mundo em «transformação»
Lisboa, 06 dez 2011 (Ecclesia) – A convocação oficial do Concílio Vaticano II, feita por João XXIII a 25 de dezembro de 1961, foi vista como “Uma data para a história” pelo Boletim de Informação Pastoral (BIP), do Patriarcado de Lisboa.
No primeiro número publicado após o anúncio do Papa, o BIP, dirigido pelo então cónego Manuel Falcão, hoje bispo emérito de Beja, assinalava, em editorial, que o ano de 1962 iria ficar “na história da Igreja”, marcando “o termo de uma época e o início de outra”.
“Não cremos haver exagero ao atribuir extraordinária importância histórica a este acontecimento, desde que o vejamos como expoente máximo e símbolo do esforço em que a Igreja há muito está empenhada por marcar presença, sempre operante, num mundo em transformação”, podia ler-se.
A Igreja enfrentava a “tarefa ingente de presidir ao aparecimento de um mundo novo, pronto a batizá-lo medida que for surgindo”.
“Nós, cristãos de 1962, temos a responsabilidade e a honra de viver uma das grandes horas da vida da Humanidade e da vida da Igreja”, indicava a publicação, hoje citada na mais recente edição do semanário Agência ECCLESIA, numa nova secção sobre os 50 anos de convocação do Concílio Vaticano II (1962-1965).
O semanário refere, ainda, a primeira das três conferências promovidas em Roma pelo Pontifício Colégio Português, celebrando esta data.
A intervenção inaugural coube a Manuel Oliveira, portuense radicado em Roma desde 1960, apresentado como um dos “contemporâneos” do Concílio, como estudante que prestava auxílio aos participantes.
Manuel Oliveira diz que guarda memória “de praticamente tudo”, desde a “preparação” até à “emoção” que sentiu “ao entrar na sala conciliar”: “Foi uma experiência humana e de fé” testemunhar “a parte humana da Igreja, por um lado, e, por outro, ver o Espírito Santo a trabalhar”.
Os textos das conferências serão transcritos e traduzidos para que sejam editados como subsídios às comemorações que se realizarão também nas dioceses portuguesas, revela o padre Nuno Folgado, do Pontifício Colégio Português, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
OC