Presidente da direção aponta «marca própria» da associação que se assume como herdeira do espírito conciliar
Lisboa, 09 mai 2013 (Ecclesia) – O Centro de Reflexão Cristã (CRC) dá hoje início a um ciclo de conferências sobre o tema «O que aprendemos com o Concílio?», na senda de uma “marca própria” resultado da receção que alguns fizeram do Vaticano II.
A constituição do CRC “não teria sido possível sem o Concílio”, admitiu hoje à Agência ECCLESIA José Leitão, presidente da direção do Centro, explicando que esta associação é constituída por “leigos que procuram coresponsabilizar-se pelo anúncio do Evangelho e viver de forma empenhada para uma sociedade mais justa e fraterna”.
Dois anos depois de assinalarem os 50 anos da convocação do Concílio (1962-1965), com as conferências de maio de 2011 a debaterem o tema «Concílio: revisitá-lo e pensar o futuro», o CRC quer “manter viva a memória e as dinâmicas lançadas” a partir desse encontro magno da Igreja Católica.
“É nosso contributo para uma primavera da Igreja que está a acontecer, que cria condições para que os católicos dialoguem entre si com serenidade, que avaliem as dinâmicas que o Concílio deixou, pois algumas precisam ser continuadas”, precisa.
José Leitão aponta a “circunstância feliz” de o anúncio das conferências ter coincidido com a eleição do Papa Francisco, que “tem manifestado, em gestos e palavras, uma vontade de prolongar o Concílio Vaticano II”.
Segundo José Leitão o programa manifesta a preocupação de “atualizar e projetar o futuro” a partir do “espírito conciliar”.
“Há um contínuo renovar de gerações e, por isso, é importante que não considerem o Concílio como um facto perdido no tempo, mas uma marca decisiva na vida da Igreja e a sua relação com o mundo”, prossegue.
O CRC quer “modestamente continuar a pensar e a refletir”, junto de pessoas de diferentes quadrantes, pois, “entendemos que todos somos responsáveis, sem pretensões” e “estamos disponíveis para trocar opiniões” numa “atenção aos desafios da modernidade mas também às questões sociais”.
“Há 25 anos D. António Ribeiro, [antigo cardeal-patriarca de Lisboa], dizia que o Concílio Vaticano II teria sido o maior acontecimento espiritual do século XX. Ainda hoje acredito que é assim”, lembra José Leitão.
As conferências de maio do CRC em 2013 estreiam-se esta tarde no Centro Nacional de Cultura com o teólogo Anselmo Borges e o jornalista Jorge Wemans a refletirem sobre «Porquê a Igreja?».
O programa propõe «O sentido da fé e o compromisso cristão» sob os olhos de sacerdote Domingos Terra e da economista Manuela Silva (dia 15); a terceira conferência junta o sacerdote José Manuel Pereira d’Almeida e a pintora Emília Nadal com o tema «Agir cristão – consciência e liberdade» (dia 22); o ciclo termina com o sociólogo Alfredo Teixeira e o historiador Paulo Fontes a refletir sobre «A Igreja no espaço público» (dia 28).
LS