Vaticano II: Concílio e os cristãos separados

No mês de março de 1962, o Papa do Concílio, João XXIII, pronunciou alocuções, respetivamente na última reunião do Secretariado para a União dos Cristãos e na procissão quaresmal de quarta-feira de Cinzas, onde falou da unidade da Igreja e da união dos cristãos separados.

No mês de março de 1962, o Papa do Concílio, João XXIII, pronunciou alocuções, respetivamente na última reunião do Secretariado para a União dos Cristãos e na procissão quaresmal de quarta-feira de Cinzas, onde falou da unidade da Igreja e da união dos cristãos separados.

No segundo discurso, em Quarta-feira de Cinzas, João XXIII analisou as quatro notas da Igreja numa perspetiva da união desejada. O jornal ‘Osservatore Romano’ relatou – em estilo indireto – a alocução onde realça a “notável melhoria do clima interconfessional” (Cf. BIP Nº 16, página 6).

A propósito da Igreja una, o Papa chama a atenção para a realidade de então: “Nos séculos passados, quando, por ocasião, de Concílios ou outras circunstâncias, se discutiam problemas particulares ou importantes, mas de caráter algo político, acontecia que os convites aos irmãos para se unirem obtinham respostas prometedoras, mas que não chegavam a resultados apreciáveis; mas, pelo contrário, nestes últimos meses foi-nos concedido o antegosto de uma extraordinária graça” (Cf. Número citado).

João XXIII refere mesmo, em tom exclamativo: “Que mudança!”. Quando o seu antecessor, Leão XIII, “expoente da glória do Pontificado Romano, se dirigiu, em 1879, a todos os que adoravam também Jesus Cristo, convidando-os a uma comunhão de preces, não encontrou, infelizmente, o eco esperado”.

Nos momentos preparatórios do II Concílio do Vaticano, o Papa que o convocou reconhece e disso “dá glória e graças a Deus” que estavam a chegar “constantemente palavras boas e delicadas de onde a Igreja e a Sé Romana sempre encontro hostilidade ou indiferença”.

Ainda no mês de março, João XXIII dignou-se a criar mais 8 novos cardeais no Consistório secreto. Um deles era português, D. José da Costa Nunes, que foi Patriarca de Goa (Índia) e outro tinha ligações a Portugal: Monsenhor Giovanni Panico, Núncio Apostólico em Lisboa.

Na alocução proferida nesse Consistório, João XXIII anunciou que doravante todos os cardeais seriam bispos, “devendo receber a ordenação episcopal, das próprias mãos do Papa, na quinta-feira santa, os doze cardeais diáconos que não tinham recebido a última das ordens sacras” (Cf, BIP Nº 16).

Nos primeiros meses de 1962 faleceram três cardeais, sendo um deles português: Cardeal Arcebispo de Lourenço Marques, D. Teodósio Clemente de Gouveia. Nos últimos três anos faleceram 24. Para renovar e ampliar o Colégio Cardinalício, o Papa, por quatro vezes (15 de dezembro de 1958; 14 de dezembro de 1959; 28 de dezembro de 1960 e 16 de janeiro de 1961) criou 45 cardeais e mais 3 cujos nomes reservou «in pectore».

LFS 

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