O teólogo Eduardo Borges de Pinho considera que é necessário refletir este documento conciliar em «confronto com as dificuldades e circunstâncias presentes».
Lisboa, 21 set 2012 (Ecclesia) – O teólogo Eduardo Borges de Pinho considera que é necessário assumir o “núcleo fundamental” daquilo que o documento conciliar «Lumen Gentium» procurou dizer, mas também “refleti-lo em confronto com as dificuldades e circunstâncias presentes”.
O professor de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) realça à Agência ECCLESIA que a «Lumen Gentium» é um documento “estruturante de todo o pensamento conciliar em termos eclesiológicos”,
Esta quarta-feira, na UCP, em Lisboa, o docente desta instituição proferiu uma conferência «A Igreja, sacramento do amor de Deus no mundo (Constituição Lumen Gentium)» integrada no ciclo de debates sobre o II Concílio do Vaticano que vai decorrer durante o ano letivo de 2012-2013.
Apesar do II Concílio do Vaticano estar a comemorar os seus 50 anos, Eduardo Borges de Pinho sublinha que algumas “questões permanecem em aberto” até porque “o mundo mudou muito”.
“Umas são abertas no sentido de que só o tempo as faz amadurecer, outras são abertas porque contém em si algumas dificuldades e exigem concretizações”, frisou.
O II Concílio do Vaticano fez uma “mudança fundamental” e “foi um processo acompanhado muito bem pelos padres conciliares”, visto que “colocou o capítulo II sobre o «Povo de Deus» em geral, antes da constituição hierárquica da Igreja”.
Para o teólogo, esta tomada de posição “foi uma pequena revolução” porque “chamou a atenção que era preciso toda uma outra maneira de olhar para a Igreja e tirar daí as consequências em termos de ministérios, corresponsabilidade e sinodalidade”.
“Foi um caminho que começou, mas ainda está obviamente por potenciar e concretizar em muitos aspetos”, avançou o teólogo.
A próxima sessão do ciclo «Debates do Concílio» promovido pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, será a 10 de outubro e terá como tema «A escuta continuada da Palavra de Deus (Constituição Dei Verbum)».
O bispo auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás, será o conferencista que terá a moderação de Luísa Almendra.
LFS